“Aljustrel e Valinhos, o outro pulmão do Santuário de Fátima” com quase 200 inscrições

Aldeia (re)vista, na perspectiva de um natural da Freguesia O Santuário de Fátima vive neste momento a fase final da organização das jornadas nacionais agendadas para os dias 28 e 29 de Abril. Intituladas “Aljustrel e Valinhos, o outro pulmão do Santuário de Fátima”, decorrerão no Salão do Bom Pastor, no Centro Pastoral Paulo VI, e alongar-se-ão com uma visita guiada aos Valinhos e a Aljustrel, ao final da tarde do dia 30 de Abril. Até às 12h00 de hoje, dia 18 de Abril, procederam à inscrição para participação, junto do Secretariado-geral dos 90 Anos das Aparições (no Santuário de Fátima), 190 pessoas, das quais 133 são naturais ou residentes na Freguesia de Fátima. Estas segundas jornadas nacionais a decorrer no contexto dos 90 anos das Aparições do Anjo (2006) e de Nossa Senhora de Fátima (2007) procurarão apresentar Aljustrel e Valinhos sob a leitura de especialistas de diversas áreas de estudo, e lançar algumas pistas de reflexão sobre aquilo que se espera que aqueles lugares sejam no futuro. Esta manhã, em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, o Sr. João dos Santos Rosa, sobrinho dos videntes Francisco e Jacinta Marto, e o responsável e cicerone na casa de família dos dois Videntes de Fátima, propriedade actual do Santuário de Fátima, transmite as informações que o seu pai lhe passou sobre a aldeia de Aljustrel na época das Aparições. “Esta zona era rural, tudo trabalhava em profissões ligadas à agricultura. No lugar de Aljustrel havia, contava o meu pai, três casas de três andares, as outras eram casas rasteiras, baixas. As estradas eram caminhos de terra batida e, em 1917, só aqui havia 23. Comia-se aquilo que a terra dava”, recorda o Ti João Rosa, como é conhecido. Natural da aldeia da Casa Velha, ao lado de Aljustrel, o Sr. João recorda-se, ainda criança, de ir às aulas de Catequese a outra aldeia vizinha – Boleiros – e de nessas aulas por vezes se falar sobre as aparições do Anjo e de Nossa Senhora. “Diziam as pessoas daquela altura, mesmo as de fora da família, que a Lúcia e os meus tios, depois das Aparições, eram crianças diferentes, sempre os três a brincar muito juntinhos e a rezar muito”, afirma. O fenómeno das Aparições trouxe efectivamente desenvolvimento a toda a Freguesia de Fátima, concorda o Sr. João. “Fátima era uma freguesia das mais pobres, mais até que S. Mamede, que tinha os pinhais, ou até que a Atouguia. Nem a água aqui nascia! A não ser na Lagoa da Carreira, onde agora está a Rotunda dos Pastorinhos (Rotunda Sul). Junto a essa lagoa, mesmo no meu tempo, estava aquela que era a primeira casa da Cova da Iria, um lagar de azeite. Agora veja como cresceu!”, relembra o quase octogenário – “Assim Deus o queira, faço este ano 80 anos”. Do passado, constatado o presente, o Sr. João fala sobre o futuro que desejaria para Aljustrel. “Os peregrinos às vezes queixam-se por se ter alterado tanto esta terra. É bom de ver: os habitantes têm de se governar, e as casas são deles! As comodidades modernas são precisas e, agora que a agricultura desapareceu, é mais importante o turismo”, refere. “A questão está na conservação do lugar, para que a aldeia continue a ser visitada, para que faça lembrar a altura das Aparições, assim como se fez em outras aldeias do país que vivem dos visitantes”, finaliza o Sr. João, que entretanto recebe na casa de Francisco e Jacinta Marto mais um grupo de peregrinos. Neste caso, são de Espanha e pretendem visitar esta habitação familiar datada de 1888, que ainda conserva a traça original, igual ou semelhante a muitas outras habitações rurais da região. Tem apenas uma diferença: foi o berço dos dois Pastorinhos Beatos de Fátima a quem Nossa Senhora apareceu.

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