Algarve: «Patrimonialização» do Caminho para Santiago de Compostela desde Faro leva «portugueses e espanhóis» à diocese do Sul

Faro, 06 jun 2016 (Ecclesia) – A Associação Espaço Jacobeus (AEJ) promoveu um encontro de reflexão dedicado às questões da “patrimonialização” do Caminho Central Português para Santiago de Compostela desde Faro, com inauguração da característica sinalética na capital algarvia e Loulé.

O jornal ‘Folha do Domingo’, da Diocese do Algarve, informa que a iniciativa da AEJ realizou-se no âmbito da inclusão dos Caminhos Portugueses de Peregrinação a Santiago de Compostela na lista indicativa de Património Mundial pela Comissão Nacional da UNESCO.

A notícia enviada à Agência ECCLESIA, refere que o encontro, nos dias 02 e 03 de julho, teve o “contributo de especialistas” e reuniu participantes de vários locais do Algarve e do país como Braga, Felgueiras ou Guimarães e até de Espanha – Pontevedra, Cádis ou Madrid.

O programa começou com a inauguração da exposição fotográfica ‘Olhares de um peregrino no Caminho de Santiago’, de Nuno Sousa, que é também o nome do livro de Luís Ferreira que também foi apresentado no Convento de São Francisco, em Faro.

Depois, os participantes assistiram a uma conferência de Alberto Solana, que publicou um estudo sobre São Tiago com o título ‘El enigma compostelano’ (O enigma compostelano).

“A tradição jacobeia não é uma opção caprichosa e inacreditável, mas uma possibilidade coerente. Há indícios de um culto jacobeu anterior ao descobrimento do sepulcro”, disse o autor de nacionalidade espanhola na igreja de São Francisco.

Recordando que as escavações na catedral de Compostela permitiram descobrir dados do século I, Alberto Solana sublinhou que se não existem “provas” que desmintam a tradição de São Tiago em Espanha mas “há indícios, testemunhos e achados” que concluem a sua viabilidade “e o contexto histórico o dão como compatível e possível, pelo menos há que admitir a sua semelhança”.

Já no largo da Sé, foi inaugurado e benzido um azulejo sinalizador do Caminho de Santiago na fachada do edifício do Seminário de Faro com a presença do vigário geral da Diocese do Algarve, o cónego Carlos César Chantre.

A AEJ e a Ordem Franciscana Secular assinaram um protocolo para utilização de uma sala no Convento de São Francisco que vai funcionar de sede para a delegação de Faro da Associação Espaço Jacobeus que reúne mensalmente – na segunda-quarta-feira – das 19h às 20h.

O responsável pelo Sector da Pastoral do Turismo do Algarve, o padre Miguel Neto, e a diretora regional da Cultura, Alexandra Gonçalves, também estiveram presentes no primeiro dia de encontro que terminou num jantar-palestra com um especialista em História Medieval.

Segundo o jornal diocesano, Luís Filipe Oliveira, da Universidade do Algarve, que disse conhecer “razoavelmente” a documentação do sul indicou que não conhece para a Idade Média “testemunho nenhum de peregrinações a Santiago saídas do Algarve”.

“Não quer dizer que não houvesse”, observou o historiador que apresentou o tema ‘De Portugal ao Algarve: Castelo, Comendas e Igrejas da Ordem de Santiago’.

O segundo dia dedicado às questões da “patrimonialização” do Caminho Central Português para Santiago de Compostela desde Faro, domingo, dia 03, começou com a concentração na catedral, pelas 06h00, de onde partiram numa peregrinação de reconhecimento até Loulé, onde também inauguraram sinalética do Caminho de Santiago.

CB/OC

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