Bispo diocesano sublinha coragem de um povo capaz de «renascer das cinzas», depois dos fogos dos últimos anos
Portimão, 07 ago 2018 (Ecclesia) – O bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, disse hoje à Agência ECCLESIA que as comunidades católicas se estão a mobilizar para ajudar a população afetada pelo incêndio que lavra em Monchique, desde sexta-feira.
“A comunidade cristã tem colaborado muito, na escola, revezando-se em grupos no apoio aos bombeiros, sobretudo ao nível de mantimentos; a própria Cáritas Diocesana também já se disponibilizou, junto da autarquia local, para apoiar no que fosse possível, de modo coordenado e integrado com outras entidades”, adiantou o responsável católico.
Apesar do elevado número de operacionais, o bispo do Algarve sublinha que as “dificuldades conhecidas” na Serra de Monchique têm dificultado o combate ao incêndio, muitas vezes “incontrolável”.
Neste contexto, o entrevistado elogia o trabalho dos bombeiros e das forças de segurança, com uma “ação pedagógica difícil” junto de quem tem de deixar as suas casas e os seus bens, para “salvaguardar a vida, em primeiro lugar”.
“Tem havido um esforço enorme, as forças da natureza é que são de tal maneira adversas que é difícil conseguir vencer este tipo de incêndios”, assinala D. Manuel Quintas.
O bispo do Algarve visitou a comunidade de Monchique no último sábado, aquando da entrada do novo pároco, tendo verificado “muita apreensão” entre a população, aguardando agora que existam condições para regressar ao local e deixar a todos “um estímulo, um sinal de esperança”.
O povo de Monchique é um povo com um caráter muito forte, já passaram por tantas dificuldades deste género, não é a primeira vez que arde a serra, é uma população que constantemente renasce das cinzas”.
D. Manuel Quintas fala num momento em que é necessário ajudar quem sofre, quem perdeu o seu “sustento”, depois de ter sido “vencida esta tragédia”.
“Como diocese, estamos prontos para nos mobilizarmos e apoiar no que for julgado oportuno. Tenho sido contactado por alguns párocos, que já manifestaram essa disponibilidade”, refere o prelado.
O fogo em Monchique provocou pelo menos 29 feridos e deixou um rasto de destruição, tendo obrigado à retirada da população em diversos locais.
OC