Responsáveis diocesanos disponibilizam recursos litúrgicos em várias línguas
Faro, 09 ago 2013 (Ecclesia) – A diocese do Algarve que há vários anos disponibiliza recursos litúrgicos em inglês para acolher os turistas que visitam a região pretende aumentar estes recursos linguísticos e mostrar as diversas realidades de fé da região.
O padre Miguel Neto, coordenador da equipa diocesana de Pastoral do Turismo, explica que a disponibilização de folhas litúrgicas em inglês surgiu com o seu antecessor e que esses recursos foram melhorados e ampliados: “Utilizei algumas dessas folhas litúrgicas e disponibilizei-as para que cada paróquia imprimisse a quantidade desejável”.
“Usamos também o Ordinário da missa em inglês, utilizado nas paróquias da Inglaterra e do País de Gales”, acrescenta o sacerdote.
Para Luís Santos, membro desta equipa, o turismo é uma constante da região e sempre houve a preocupação de criar locais para celebrações noutras línguas, “uma no Barlavento (zona ocidental) e outro no Sotavento (zona oriental) onde pudesse haver a celebração eucarística em inglês”.
A equipa trabalha, também, para que a informação dentro das igrejas esteja de “preferência em inglês e espanhol para os turistas decifrarem e entenderem os espaços”.
Estas são formas que a Diocese do Algarve utiliza para se aproximar dos turistas e acolhê-los, para que possam celebrar a sua fé, tanto quanto possível, na língua materna, algo que não se cinge aos ingleses mas também aos turistas “germânicos ou dos Países Baixos”, revela o padre Miguel Neto à Agência ECCLESIA.
Os visitantes compreendem esse esforço de alguém que pretende levar-lhe a palavra de Deus “na sua língua e a vontade em chegar até eles”, explica.
Para o futuro, a equipa diocesana da Pastoral do Turismo pretende disponibilizar estes recursos em língua espanhola e desta forma, segundo o sacerdote, “abranger praticamente todos os turistas do Algarve”.
No verão regista-se o aumento das chamadas telefónicas por parte dos hotéis para confirmar horários de missas, horário da abertura dos templos e outros espaços que são visitáveis, como museus.
Segundo Luís Santos, este aumento revela duas realidades, “a de Quarteira que é semelhante a Armação de Pêra”, com maior fluxo nas missas e no interior com o interesse pela “arte e pela vivência das populações” que a Pastoral do Turismo pretende aumentar porque “as pessoas têm um identidade e fé própria”.
O verão para os sacerdotes algarvios não é uma época de férias mas de redobrado acolhimento aos turistas e preocupação pelo seu bem-estar porque para além de revitalizarem a economia também abrem “horizontes com a partilha de culturas e mostram o quanto o Algarve é agradável”, assinala o padre Miguel Neto.
Por isso, esta dinâmica foi trabalhada e dialogada com o clero local, aclara Luís Santos que “acolheu bem e podemos apresentar uma realidade equilibrada para que o turista possa ver e o crente possa sentir”.
“Temos de mostrar que o seu descanso é salutar na troca de experiências, na dinâmica da fé, na abertura da comunidade”, que destaca não só o receber bem o turista estrangeiro mas também quem escolhe a região vindos de outros lugares de Portugal, como a “missão das irmãs Doroteias” com jovens, na Quarteira, acrescenta.
Como região turística a igreja Diocesana quer que os visitantes “levem um pouco da forma como é vivido o cristianismo no Algarve, que pode ser pouca em números mas de uma extraordinária afetividade na vivência”.
MD/CB