Algarve: Fraternidade da Mãe de Deus quer acolher pobres

Projecto a ser implantado no concelho de Alcoutim tem capacidade para cerca de 35 utentes

A comunidade da Fraternidade da Mãe de Deus quer construir uma obra social no lugar de Corte Tabelião, concelho de Alcoutim, para acolher deficientes, pobres e dependentes.

Constituída pelo Pe. Atalívio Rito, uma religiosa e um casal consagrado, a comunidade, presente na Diocese do Algarve desde 1991 por convite do Bispo de então, D. Manuel Madureira Dias, é responsável pelo trabalho pastoral das paróquias de Alcoutim, Giões e Pereiro, no nordeste algarvio.

A obra, a construir num terreno de 7,5 hectares, a 13 quilómetros de Alcoutim e fácil acesso ao IC 27, tem capacidade para cerca de 35 utentes, podendo acolher acamados que não tenham quem lhes preste apoio.

“Queremos beneficiar os mais pobres. Pretendemos acolher aqueles que não têm ninguém, como os deficientes ou desvalidos do foro psicológico ou psiquiátrico, os mais maltratados da sociedade, pessoas muito marcadas pela dor e pelo azar”, sublinha o Pe. Atalívio Rito.

O sacerdote pretende que a instituição acolha prioritariamente utentes do concelho de Alcoutim: “Há por aqui cerca de 100 pessoas que precisam de ajuda e amparo, mas se houver, noutros pontos do Algarve, quem precise de ajuda e não tenha ninguém, avaliaremos a possibilidade de o integrar”, explicou o sacerdote.

O pároco considera que “todo o concelho de Alcoutim é um asilo a céu aberto”, e por isso “as pessoas estão desejando que a obra comece”.

Vocacionada para o acolhimento de internos, a obra de um piso térreo, cuja área de construção ronda um hectare, vai incluir ateliês de cerâmica, arte e bordados, uma horta pedagógica, uma oficina, gabinete médico, enfermaria, farmácia, fisioterapia e ginásio.

A prestação destes serviços deve ser assegurada por cerca de “sete consagrados da comunidade, com mais um ou dois funcionários”, prevendo-se também um regime de voluntariado “para pessoas que queiram fazer uma experiência de missão e serviço”..

O terreno já foi adquirido, sendo agora preciso angariar fundos para a construção, objectivo que está sujeito a um critério de exclusão: “Não queremos o apoio da Segurança Social porque ficamos cativos de obrigações que nos impõem”, afirma o Pe. Atalívio, acrescentando que a Câmara de Alcoutim “está interessada e compromete-se a ajudar”.

O sacerdote adianta que o dinheiro para a nova obra social, cujos custos ainda são desconhecidos, virá de “donativos” ou de um “fundo comum”.

“Fazemos a obra sem dinheiro porque a comunidade crê e confia que Deus quer as coisas, e as coisas fazem-se. Tudo é providencial, e até agora nunca deixámos de fazer nada por isso”, afirma o Pe. Atalívio Rito, que tem promessas de oferta de material e outros apoios por parte de particulares.

A obra vai começar com a construção da capela dedicada a Nossa Senhora das Graças, padroeira da instituição, cuja imagem já está na comunidade do nordeste algarvio.

“Queremos que daqui a um ano a obra seja inaugurada”, refere o sacerdote, sublinhando a urgência da infra-estrutura.

O Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, já manifestou o seu reconhecimento aos responsáveis e demais membros da Fraternidade da Mãe de Deus pela decisão de erguerem esta obra social, que “pretende exprimir de modo mais pleno o seu carisma de serviço aos ‘últimos’ e enriquecer com ele a Igreja diocesana do Algarve”.

Os interessados em colaborar com o projecto poderão fazer os seus donativos através do NIB 0035 0036 0000 5203 730 61 (Caixa Geral de Depósitos).

Esta vai ser a quarta fundação da comunidade da Fraternidade da Mãe de Deus, depois de El Salvador, Guatemala e Espanha.

Samuel Mendonça / Agência Ecclesia

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