Faro, 10 dez 2020 (Ecclesia) – A Diocese do Algarve, o Município de Faro e a Universidade do Algarve (UAlg) vão assinar um protocolo de colaboração interinstitucional para a criação do Núcleo Museológico da antiga Tipografia União, esta sexta-feira, no Museu Municipal.
“A colaboração entre as várias entidades pretende realizar, entre outras iniciativas, a inventariação do património documental, bibliográfico e industrial ligado à Tipografia União; desenvolvimento de investigação integrada das fontes históricas relacionadas com a cultura impressa no território de Faro e Algarve dos séculos XV e XXI; valorização e divulgação do património tipográfico; criação de uma infraestrutura digital em acesso aberto; valorização e aproveitamento turístico cultural do património material e imaterial relativo à cultura impressa”, informa a Câmara de Faro, divulga o jornal ‘Folha do Domingo’.
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, o jornal da Diocese do Algarve indica que a cerimónia de assinatura do protocolo de colaboração interinstitucional para a criação do Núcleo Museológico da antiga Tipografia União se realiza pelas 09h15, desta sexta-feira, no Museu Municipal de Faro.
A antiga gráfica, propriedade da Diocese do Algarve, funcionou entre 1909 e 2013 na rua do Município, em plena Vila Adentro, no casco histórico da cidade de Faro.
A Câmara Municipal de Faro destaca ainda a “contribuição para um planeamento integrado de valorização do património”, localizado na Vila Adentro de Faro, ancorado na ideia de ‘cidade do conhecimento’, “em harmonia com as boas práticas das ‘smart cities”’ e descentralização e diversificação dos interesses e as fontes de pesquisa, “formação e fruição culturais, aumentando a atratividade e participação científico cultural da região, fortalecendo a dinâmica cultural e criativa da cidade”.
A Universidade do Algarve realizou um estudo do núcleo museológico da antiga Tipografia União que realça que “representa um marco da edição contemporânea do Algarve” e “mantém um acervo tipográfico e industrial de especial relevo, vindo mesmo a ser cobiçado por outros espaços museológicos” do país.
“O desafio desta coleção é levar-nos a descobrir e a perceber quem escreve, porque escreve e como escreve nestes lugares do Sul e ao longo dos tempos, e o papel que Faro ocupou neste Sul de escritas”, refere o documento, que lembra a importância do bispo D. Francisco Gomes do Avelar, no século XIX, quando “Faro revive uma intensa atividade tipográfica” e “um alargamento das estruturas tipográficas por vários pontos do Algarve”.
O projeto, delineado pela Universidade do Algarve, teve duas fases, a recolha e inventariação do espólio documental e industrial e o estudo para a criação do Núcleo Museológico do Mundo da Imprensa a Sul; O projeto vai incluir um “laboratório do impresso” e pretende a criação de um “museu inclusivo”, “vivo”, “intergeracional” e “intercultural” para permitir o “encontro entre cultura de escrita e religiões” e “multissensorial”, para ajudar a percorrer o itinerário da “escrita do passado, do presente e do futuro”.
O jornal ‘Folha do Domingo’ assinala que a intenção de criação de um núcleo museológico, no espaço da antiga tipografia da Diocese do Algarve, foi anunciada pelo seu bispo, D. Manuel Quintas, em julho de 2017, na apresentação de uma reedição ‘fac-simile’ do primeiro livro impresso em Portugal, e uma intenção repetida na inauguração da ‘Exposição para a Difusão do Conhecimento – Núcleo Histórico da Imprensa de Gutenberg e do Pentateuco de Faro’ na antiga capela do Paço Episcopal, em novembro de 2018, e novamente referido na abertura do Paço Episcopal de Faro ao público, em abril de 2019.
CB/OC