Algarve: Cristãos nos ambientes digitais devem «defender uma visão integral da vida humana»

«Temos de usar a linguagem que as pessoas entendem e gostam com conteúdo cristão» – Padre Miguel Neto

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Faro, 14 jun 2024 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado diocesano das Comunicações Sociais e da Cultura do Algarve destacou que é “importante” os cristãos habitarem os ambientes digitais, significa “defender uma visão integral da vida humana”, a gestores de canais digitais das paróquias.

“Não significa desviar o foco dos problemas concretos experimentados por muitas pessoas. Pelo contrário, significa defender uma visão integral da vida humana que atualmente abrange o mundo digital”, explicou o padre Miguel Neto, sobre a presença dos cristãos nos ambientes digitais, lê-se no jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

O diretor do Secretariado das Comunicações Sociais e da Cultura da Diocese do Algarve acrescentou que as redes sociais “podem ser um modo de chamar a atenção” para essas realidades e “construir uma solidariedade entre aqueles que estão próximos e distantes”.

“A presença nas redes sociais exige discernimento e conhecimento: Quem é o meu próximo nas redes sociais?”, assinalou o especialista em comunicação, que distinguiu rede social de plataforma digital e aconselhou a “saber como se comunica” em cada uma.

A Diocese do Algarve contou com 17 formandos nas duas formações que realizou – sobre o sistema informático de gestão paroquial e sobre gestão de canais digitais paroquiais -, no dia 8 de junho, no Seminário de São José, em Faro.

O padre Miguel Neto observou que o ambiente físico e o digital, a dimensão real e a virtual, fazem parte de uma só e salientou que é pedido aos cristãos que nas duas realidades expandam “os valores judaico-cristãos”.

“Como é que isto se faz? Não é com discursos de ódio, nem mostrando divisões. Temos de usar a linguagem que as pessoas entendem e gostam com conteúdo cristão. A Igreja hoje tem um problema de linguagem, de comunicação, temos tendência para utilizar uma linguagem que ninguém percebe”, desenvolveu, lamentando que “não” há “na Igreja literacia mediática, formação”.

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O formador explicou que “o conteúdo tem de ser envolvente” nas redes sociais para “captar a atenção” porque o que se “«vende» no ambiente digital é a atenção das pessoas”, por isso, é necessária “uma comunicação direta, curta e envolvente”, produzida “com rapidez e no momento”.

“Num vídeo, ao final de 20 segundos, se não for atrativo, passam à frente, analisamos a superfície e não temos tempo para aprofundar as realidades”, referiu.

O diretor do Secretariado diocesano das Comunicações Sociais e da Cultura do Algarve explicou também que “a maior fonte de informação é a internet” e alertou para a “tribalização digital”, a “personalização dos resultados”, ou seja, as pessoas só veem as notícias que querem.

“Só vemos as notícias que nos interessam, que vão ao encontro da nossa posição; as redes sociais desempenham um papel decisivo na forma como modelam os valores, crenças, linguagens, suposições”, acrescentou ainda o padre Miguel Neto.

A formação sobre o sistema informático de gestão paroquial, que também decorreu na mesma manhã, do dia 8 de junho, no Seminário de São José, em Faro, tinha como público-alvo todos os que trabalham com este sistema e foi realizada em parceria com a empresa que fornece o software que a Diocese do Algarve utiliza, desde 2015, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.

CB

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