Algarve: Apresentação de Caminho de Santiago ligado à região tem de ser sustentada por uma «análise histórica aturada», defende diocese

Faro, 29 fev 2016 (Ecclesia) – A Diocese do Algarve defende que a apresentação de um Caminho Central de Santiago ligado à região tem de ser sustentada por uma “análise histórica aturada” e pelo contributo de “investigadores conhecedores da história da região”.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Igreja Católica algarvia, e em concreto o seu setor da Pastoral do Turismo, mostra-se satisfeita com o esforço que a Associação Espaço Jacobeus está a realizar, no sentido de apresentar à UNESCO “um caminho histórico” ligado ao território.

Realça no entanto que “até agora” não há qualquer “evidência científica e histórica que comprove a existência de peregrinações a Santiago de Compostela a partir do Algarve”.

Apenas se sabe “que os algarvios, durante longos séculos, usaram preferencialmente as rotas marítimas para se deslocarem para fora do seu território, dadas as dificuldades apresentadas pela orografia, com serra ao norte”, pode ler-se.

A diocese recorda que recentemente foi feita “uma proposta de inclusão dos Caminhos Portugueses” na lista da UNESCO, “que não terá incluído o Algarve”.

Nesse sentido, considera “imprescindível” que o trabalho que está a ser feito seja antecedido por todo um “enquadramento histórico” que garanta a sua “idoneidade” e “credibilidade”.

Um enquadramento em que deverão participar ”investigadores conhecedores da história do Algarve” que possam “sustentar as rotas de peregrinação efetuadas a partir desta região”.

“Se, por outro lado, apenas se pretende que exista ‘um caminho para Santiago’ a partir do Algarve, sem que o mesmo corresponda a uma rota antiga de peregrinação e que, por isso, não seria de os integrar no processo nacional em curso, essa decisão deverá ser clara e inequivocamente expressa, pois é uma decisão válida e louvável, mas deverá estar claro que não existe a ligação histórica”, sublinha a diocese.

A Igreja Católica algarvia acrescenta que a definição de um qualquer caminho a partir da região – seja ele histórico ou não”, deve contar também com o envolvimento de “todas as instituições que trabalham no apoio aos peregrinos no Algarve”.

Quanto à sua participação no processo, a diocese adianta que ela continuará a estar situada no âmbito do apoio “pastoral e espiritual” aos peregrinos bem como no reconhecimento da sua passagem pelas paróquias algarvias”.

JCP

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