Alentejo: Festival «Terras Sem Sombra» vai destacar azeite enquanto produto chave para a região

Fomentar o desenvolvimento local é um dos objetivos deste certame de matriz «cristã»

Beja, 26 jan 2017 (Ecclesia) – A 13.ª edição do festival ‘Terras Sem Sombra’, projeto ligado à música-sacra e à salvaguarda do património e da biodiversidade da região do Baixo Alentejo, foi hoje apresentada na Casa do Cante, em Serpa.

Todos os anos, aquele certame dá também destaque aos produtos regionais alentejanos, para potenciar a economia local, e em 2017 é a vez do azeite.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico da diocese, entidade organizadora do certame, lembrou que em causa está “um dos produtos mais caraterísticos do sul de Portugal e um produto de excelência do Alentejo”.

Um bem alimentar que “tem vindo a adaptar-se às inovações tecnológicas” e que por isso tem uma palavra de “futuro” a dizer, não só para o território alentejano mas para o país.

“Infelizmente, muitos portugueses ainda não conhecem esta mais-valia, não a apreciam suficientemente, e sentimos que era nossa obrigação partilhar este património”, salientou José António Falcão.

A apresentação do festival ‘Terras Sem Sombra’ aos órgãos de comunicação social incluiu uma visita à cooperativa agrícola de Beja e Brinches, que tem no azeite o seu produto “de excelência”.

Sobre a ida à cooperativa, José António Falcão justificou a escolha com o papel que esta instituição ligada à “economia social” tem, “não só na valorização do seu setor mas também na distribuição de rendimentos e na qualificação dos seus muitos associados, atualmente mais de três mil”.

Para aquele responsável, com este género de iniciativas, o festival ‘Terras Sem Sombra’ vai também ao encontro da sua matriz “cristã”, uma “experiência muito positiva” que será para continuar.

Em representação da cooperativa agrícola de Beja e Brinches falou o presidente da assembleia-geral, Luís Mira Coroa, que mostrou a sua satisfação pelo facto do azeite ser incluído num certame como o ‘Terras sem Sombra’ que já é “cartaz” da região alentejana.

Aquele responsável lembrou ainda que, a par de Trás-os-Montes, a região alentejana sempre foi a mais fértil e a mais forte, em termos da cultura do olival, algo que ficou ainda mais vincado depois da “chegada da água da barragem do Alqueva”.

E garantiu “um azeite de grande qualidade” para todos quantos irão assistir ao festival de música-sacra, durante os próximos meses.

O festival ‘Terras Sem Sombra vai decorrer entre 11 de fevereiro e 1 de julho, de forma itinerante, nos concelhos de Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja.

O programa de 2017 continua a assentar em três pilares essenciais, “a música, o património e a biodiversidade”, e no plano artístico tem para oferecer ao público uma viagem às “identidades e práticas musicais” da Europa, entre “os séculos XVI e XX”.

Uma época em que, na Península Ibérica, a Arte e o Sagrado conviviam de forma “aberta e ecuménica”, ao ritmo do “cristianismo, do judaísmo e do Islão”, sendo que neste contexto, o “país convidado” será “a Espanha”.

No campo do património, além dos concertos que decorrem “sempre em monumentos, maioritariamente igrejas”, aos sábados à noite, “este ano, como novidade, o Terras sem Sombra vai abrir as portas, em exclusivo, de espaços normalmente fechados ao público, através de uma visita guiada, aos sábados à tarde, pelas cidades e vilas que acolhem o Festival”.

Quanto à parte ambiental, da biodiversidade, a organização do ‘Terras Sem Sombra’ vai prosseguir com a sua aposta em ações de divulgação e preservação dos tesouros naturais da região, aos domingos de manhã.

CB/JCP

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Agência ECCLESIA

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