Alemanha: Festa jovem sublinha falência de ditaduras e sistemas totalitários

Bento XVI alerta novas gerações sobre «inclinação para o mal» e consequências da ausência de Deus

Friburgo, Alemanha, 24 set 2011 (Ecclesia) – Milhares de jovens participaram esta tarde, na Alemanha, numa vigília de oração com Bento XVI, na qual este recordou o drama de “ditaduras e sistemas totalitários onde até a mais pequena centelha de humanismo foi sufocada”.

“Ao que parece, não obstante o seu progresso técnico, o mundo onde vivemos, em última análise, não se tem tornado melhor. Existem ainda guerras, terror, fome e doença, pobreza extrema e desalmada repressão”, disse, na homilia da celebração que decorreu no centro de exposições de Friburgo, sudoeste alemão.

A intrevenção destacou que aqueles que, na história, se” consideraram «portadores de luz», mas sem nunca terem sido iluminados por Cristo (única luz verdadeira), de facto, não conseguiram criar qualquer paraíso terrestre”.

O Papa convidou os milhares de participantes a superarem a “inclinação para o mal, o egoísmo, a inveja, a agressividade” e assumirem as consequências públicas da fé que professam.

“Permiti que Cristo arda em vós, ainda que isto possa às vezes implicar sacrifício e renúncia. Não tenhais medo de poder perder alguma coisa, ficando, no fim, por assim dizer de mãos vazias”, afirmou.

Antes da homilia, teve lugar o gesto da «entrega da luz», no qual Bento XVI acendeu as velas trazidas pelos jovens, que as levaram aos outros presentes no recinto.

“Não são os nossos esforços humanos nem o progresso técnico do nosso tempo que trazem a luz a este mundo”, diria mais tarde o Papa, recordando este momento.

Para Bento XVI, o ser humano experimenta sempre os limites dos seus esforços “por uma ordem melhor e mais justa”.

“O sofrimento dos inocentes e, enfim, a morte de cada homem constituem uma escuridão impenetrável que pode talvez ser momentaneamente iluminada por novas experiências, como a noite o é por um relâmpago; mas, no fim, permanece uma escuridão acabrunhadora”, indicou.

A fé, disse em seguida, é “uma chama pequena, minúscula, que é mais forte do que a escuridão, aparentemente tão poderosa e insuperável”.

“Cada batizado – ainda antes de poder realizar boas obras ou particulares ações – é santificado por Deus. No batismo, o Senhora acende, por assim dizer, uma luz na nossa vida, uma luz que o catecismo chama a graça santificante. Quem conservar essa luz, quem viver na graça, é efetivamente santo”, apontou.

O Papa afirmou ainda que a “necessidade de outras pessoas” nas coisas importantes da vida se sente de “modo particular na fé”, apelando à participação na vida da Igreja, como “anéis na grande corrente dos crentes”.

Durante a cerimónia, nove jovens deram o seu testemunho pessoal e, no final, rezaram pelos que são “perseguidos” por causa da sua fé, os que passam por “tempos difíceis”, pela “justiça e a sustentabilidade” ecológica e pelos que sofrem com as “drogas” e as “dependências”.

A terceira viagem do Papa à Alemanha, 21ª ao estrangeiro (16ª na Europa), iniciou-se quinta-feira, com passagens por Berlim, Erfurt e Friburgo, prolongando-se até domingo sob o lema ‘Onde há Deus, há futuro’.

OC

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