Campanha de Natal conta com o apoio de figuras públicas e da Liga Portuguesa de Futebol A Operação 10 milhões de Estrelas de 2007 chega após a conclusão do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos. Por isso mesmo, para além de procurar sensiblizar as populações para os valores da Paz e da Solidariedade, promove a recolha de fundos, este ano para projectos de apoio a mulheres vítimas de violência, em Cabinda (Angola) e nas várias dioceses portuguesas. Em entrevista à Agência ECCLESIA, Bernardino Silva, coordenador desta operação, fala dos objectivos e dos desejos da Cáritas para fazer deste Natal um momento mais solidário. Agência ECCLESIA (AE) – O que se pretende com o “10 milhões de estrelas”? Bernardino Silva (BS) – Sabemos que o Natal continua a ser um dos momentos-chave para unir as famílias e as pessoas na área da solidariedade. A Cáritas não foge à regra – apesar de a iniciativa ter nascido em França – e é óbvio que esta operação é a única forma de algumas Cáritas diocesanas poderem ser mais interventivas. A venda da vela, contudo, é apenas um instrumento que nós capitalizamos para as causas: quem a adquire, deve ter consciência de que pode usá-la não só num sentido de paz, mas também que o valor simbólico serve para ajudar quem mais precisa. AE – A iniciativa chegará a todas as Dioceses? BS – Esperamos que todas elas possam aderir e unir-se à operação. Acredito, pelas encomendas que temos, numa adesão muito forte. Ao longo do ano, cada Cáritas diocesana tem múltiplas actividades, segundo os seus objectivos, e há uma filosofia de acção que passa por vários projectos a nível nacional e internacional. É óbvio que esta operação acaba por ser um momento que une cada diocese à Cáritas Portuguesa e é uma das formas de ir ao encontro de necessidades concretas e de encontrar uma mais-valia monetária. AE – Qual o destino dos fundos recolhidos? BS – Este ano a opção vai para as mulheres em risco, também à luz do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos. Cada Diocese já fez um levantamento das instituições que têm a seu encargo estas mulheres, adolescentes grávidas, vítimas da violência doméstica, etc. Para o projecto internacional, 30% do recolhido, tentámos encontrar um país que nos dissesse algo relativamente a esta matéria. Deu-se a coincidência de eu em Maio ter estado em Luanda, onde fiquei a conhecer um projecto da Cáritas Angola, muito interessante, para as mulheres em risco. Quisemos juntar o útil ao agradável nesta instituição, que merece a nossa ajuda. AE – Em 2007, a Cáritas conta com o apoio de figuras públicas. A ideia é conseguir falar também para fora da Igreja? BS – Espero que sim. Nos spots deste ano temos a ajuda de Maria Cavaco Silva, Vanessa Fernandes, Clara de Sousa e de D. José Alves. São pessoas com dimensão nacional, em termos de sociedade civil, mas se quem os ouve não entender que o valor de 1 Euro que dão por uma vela vai além da própria vela, pouco importará a presença das figuras públicas. AE – Há mais novidades em 2007? BS – Este ano quisemos juntar à operação a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). Na 13ª Jornada (16 de Dezembro), as equipas da I Liga e da Liga de Honra entrarão em campo com uma t-shirt alusiva aos “10 milhões de estrelas” e uma faixa. Encontrámos a colaboração da LPFP, que se uniu aos valores desta operação, o que quer dizer que eles próprios acharam que poderiam dar a cara. É óbvio que aqui pretendemos chegar a outro núcleo de pessoas, até porque sabemos o peso que tem o futebol. No dia 10 de Dezembro haverá uma conferência de imprensa, na sede da Liga, e queremos reforçar que a ideia não é vender a vela, mas que as pessoas tenham um gesto pela paz, unindo pessoas e famílias, e contribuam para as instituições que têm a seu encargo mulheres em risco.