D. Luiz Fernando Lisboa aponta que a população está a ser humilhada e cheia de medo
Lisboa, 25 mar 2020 (Ecclesia) – O bispo de Pemba, em Moçambique, disse à Fundação Igreja a Igreja que Sofre que é “uma vergonha” para o país, num ataque à vila de Mocímboa da Praia não haver “reação das forças de segurança”.
“Eles entraram e saíram na hora que quiseram, isto foi uma vergonha. É uma verdadeira vergonha para Moçambique o que está a acontecer e que a nossa população esteja a ser humilhada dessa forma”, critica o bispo, D. Luiz Fernando Lisboa, à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre em Portugal.
O prelado refere-se ao avanço dos atacantes à vila de Mocímboa da Praia, que foi feito sem reação das forças de segurança.
“Não houve uma reacção forte das forças de segurança, das forças de defesa. Muitos fugiram porque os atacantes eram em número maior, e então eles levaram roupa, armamento, comida, carros e roupas dos militares. Alguns [dos atacantes] estavam vestidos com [uniformes] militares. O dito reforço das forças de defesa chegou só depois de eles se terem retirado. Quer dizer: não chegou nenhum reforço. Eles não foram confrontados”, acrescenta.
D. Luiz Fernando Lisboa adiantou ainda que os atacantes “hastearam bandeiras negras iguais às dos grupos jihadistas” e espalharam o “sentimento de medo” nas populações.
“Se havia já um sentimento de medo nas populações, agora a situação é bem pior. E eles deixaram o recado que iam voltar”, explica.
Para o bispo de Pemba esta situação mostra a “ausência de capacidade de afirmação das autoridades” e como o povo que “estava amedrontado”, agora piora.
O grupo terrorista Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico, tem reivindicado nos últimos tempos diversos ataques na província de Cabo Delgado.
SN