Água é um direito inalienável da humanidade, diz o Papa

Bento XVI enviou mensagem para assinalar o dia da Santa Sé na Exposição internacional de Saragoça Bento XVI assinalou a celebração do dia da Santa Sé, na Exposição internacional de Saragoça, com uma mensagem na qual defende que o acesso à água é “um direito universal e inalienável”. A mensagem, tornada pública esta Terça-feira pelo Vaticano, lembra que o direito à água “está relacionado com as necessidades crescentes e categóricas das pessoas que vivem na indigência, pois o acesso limitado à água potável repercute-se no bem-estar das pessoas e, com frequência, esse acesso limitado é causa de doenças, sofrimentos, conflitos, pobreza e, inclusive, de morte”. O Papa afirma ser preciso tomar consciência de que “a água é considerada hoje como um bem que deve ser especialmente protegido mediante claras políticas nacionais e internacionais, e utilizada segundo critérios sensatos de solidariedade e responsabilidade”. Bento XVI explica que o direito à água se fundamenta na “dignidade da pessoa humana”. A partir dessa perspectiva, as posturas das pessoas que consideram e tratam a água unicamente como bem económico devem ser atentamente examinadas. O uso da água, portanto, “deve ser racional e solidário”, fruto de uma equilibrada sinergia entre os sectores público e privado. A mensagem constata que, hoje em dia, a água é considerada um bem predominantemente material. Apesar disso, Bento XVI afirma que não devemos esquecer os significados religiosos que sobretudo o cristianismo lhe atribuiu, “dando à água o valor de um precioso bem imaterial que sempre enriquece a vida do homem sobre a Terra”. A água, recorda o Papa, é símbolo de purificação nas Sagradas Escrituras. “Portanto, a plena recuperação desta dimensão espiritual é garantia e pressuposto para uma adequada abordagem dos problemas éticos, políticos e económicas que afectam a complexa gestão da água”, escreve. Por fim, Bento XVI faz votos de que a Expo de Saragoça favoreça nas autoridades competentes as decisões oportunas em favor de um bem tão essencial para a vida do ser humano sobre a Terra. Na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2008, o Papa reconheceu que “actualmente a humanidade teme pelo futuro equilíbrio ecológico” e desejou que “as avaliações a este respeito se façam com prudência, no diálogo entre peritos e cientistas, sem acelerações ideológicas para conclusões apressadas”. Em 2007, numa mensagem escrita por ocasião do Dia Mundial da Água, Bento XVI afirmava que “a água é um direito inalienável”, pedindo que todos possam ter acesso a ele, “em particular quem vive em condições de pobreza”. “O direito à água, como todos os Direitos Humanos, baseia-se na dignidade humana e não sobre avaliações de tipo puramente quantitativas, que apenas consideram a água como um bem económico”, alertou.

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