África: Papa sublinha importância do diálogo ecuménico (atualizada)

Francisco encontrou-se com responsáveis evangélicos que promovem diálogo com muçulmanos na República Centro-Africana

Bangui, 29 nov 2015 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje na República Centro-Africana (RCA) que o diálogo ecuménico é essencial para superar o conflito que se arrasta no país e rejeitou qualquer justificação religiosa para a violência.

“Deus não faz diferença entre aqueles que sofrem”, disse Francisco, na Faculdade Teológica Evangélica de Bangui, perante 400 representantes das comunidade evangélicas.

Junto ao pontífice argentino estavam três mediadores do processo de paz, membros da plataforma inter-religiosa para as negociações: D. Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui; Nicolas Guerekoyame Gbangou, presidente da Aliança das Igrejas Evangélicas Centro-africanas; e o imã Oumar Kobine Layama, presidente do Conselho Islâmico da RCA.

Francisco condenou as “provações e violência” que afetam a população deste país, deixando uma palavra de solidariedade para “todos aqueles que a violência e o ódio feriram na alma ou no corpo; aqueles que a guerra privou de tudo: do trabalho, da casa, das pessoas queridas”.

Ainda esta manhã, segundo o portal especializado 'Vatican Insider', três jovens teriam sido atingidos a tiro em Bangui quando tentavam sair da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, num bairro de maioria muçulmana, para regressar às suas casas que tinha sido queimadas pelos  islamitas 'Seleka'.

Horas mais tarde, chegou a confirmação de que os cristãos tinham sido capturados mas foram posteriormente libertados pelas milícias.

O Papa sublinhou que no cenário de guerra não há divisões entre cristãos que são perseguidos, mas um “ecumenismo de sangue”, antes de manifestar o seu apoio a um pastor evangélico cuja casa foi saqueada e queimada.

A intervenção assinalou que as divisões entre cristãos são um escândalo “perante tanto ódio e tanta violência que dilaceram a humanidade”, as quais exigem, pelo contrário, um serviço comum da caridade.

“Asseguro-vos que a minha oração vos acompanha neste caminho fraterno de serviço, reconciliação e misericórdia, um caminho longo mas cheio de alegria e esperança”, concluiu o Papa.

No final do encontro, Francisco partiu para a Catedral de Bangui, a fim de presidir à Missa e abrir a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia na RCA.

A caminho da Sé, o Papa parou num hospital pediátrico, onde deixou caixas de medicamentos, como presentes para as crianças.

OC

Notícia atualizada às 23h59

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