Responsáveis católicos lembram especialmente os jovens que estão a morrer no deserto do Sahara e do Mar Mediterrâneo
Santiago, 29 jan 2018 (Ecclesia) – Os bispos da África Ocidental apelaram em Cabo Verde para que os responsáveis políticos promovam políticas contra o desemprego na região, que empurra os jovens para flagelos como a violência, o uso de drogas e a emigração forçada.
Em declarações divulgadas pela página online da Diocese de Santiago, o presidente do Conselho Permanente dos Bispos da África Ocidental, D. Ignatius Kaigama, alertou para “o perigo do desemprego juvenil, que resulta em emigração que transforma o deserto do Sahara e o Mar Mediterrâneo em cemitérios”.
“É tempo de comprometer os líderes políticos, sociais e económicos da região para resolver as causas dos problemas sociais”, apontou o arcebispo nigeriano.
O Seminário de São José, na cidade da Praia, em Cabo Verde, está a acolher até esta terça-feira o encontro do Conselho Permanente dos Bispos da África Ocidental, incluindo dos países africanos de língua portuguesa.
É a primeira vez que esta iniciativa acontece em Cabo Verde, onde está localizada “a diocese mais antiga” do continente africano, a Diocese de Santiago, criada em janeiro de 1533”.
O programa deste Conselho Permanente integra uma formação específica sobre “A liderança da Igreja em África”, com o objetivo de ajudar os responsáveis católicos a encontrar as melhores formas de “agir” e de “estar”, diante dos desafios na região.
Em cima da mesa estão preocupações como “a família, a juventude, a pastoral social e a análise da situação política nos respetivos países”.
Neste 6.º encontro do Conselho Permanente dos Bispos da África Ocidental estão presentes 18 bispos e dois cardeais, provenientes de países africanos de língua portuguesa, inglesa e francesa.
Destaque para a participação do cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral.
D. Ignatius Kaigama apontou também para outro estigma que assola a região, “a intolerância religiosa, que se transformou em extremismo e terrorismo”.
Neste sentido, aquele responsável defendeu “a necessidade de criar uma comissão regional de prevenção, mediação e solução de conflitos” no território.
Realçou ainda a importância da Igreja Católica, os seus bispos, sacerdotes e leigos reforçarem a sua “missão como agentes da paz e de reconciliação nos respetivos países”.
JCP