África: Cristãos convidados a «tríduo de oração pela paz» no Sudão do Sul

A pedido do arcebispo de Juba, começa hoje e termina este sábado

Lisboa, 20 abr 2016 (Ecclesia) – O arcebispo de Juba, no Sudão do Sul, convocou um tríduo de oração pela paz na mais jovem nação do mundo que regressou à guerra civil há 28 meses, divulga o padre José Vieira (Comboniano) que foi missionário nesse país.

“Com a perspetiva da esperança e paz sobre o Sudão do Sul […] cada paróquia é convidada a dedicar um tríduo de oração especial pela paz no Sudão do Sul”, explica mensagem de D. Paolino Lukudu Loro.

A nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, sublinha que os três dias de oração são pela “implementação pacífica do acordo que conduz à paz duradoura” no país mais novo do mundo.

O tríduo começa hoje mas termina só no dia 23, este sábado com uma procissão e Missa presidida pelo arcebispo de Juba na catedral de Santa Teresa.

O padre José Vieira, presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal e Missionário Comboniano, a mesma congregação religiosa do prelado africano, informa que o convite para aderir foi enviado numa carta do secretário-geral da Arquidiocese de Juba.

O blogue ‘Jirenna’, que o sacerdote português dedica à missão contextualiza que depois de oito anos de paz uma crise política “grave mergulhou” o Sudão do Sul num conflito étnico armado violento, a 15 de dezembro de 2013.

Os números dessa crise contabilizam “mais de 50 mil mortos e 2,3 milhões” de pessoas forçadas a abandonar as suas casas: “1,7 milhões deslocados internos e 648 mil refugiados na Etiópia, Quénia, Uganda e Sudão.”

Quase 200 mil pessoas estão nos campos de proteção de civis nas bases das forças da ONU “em condições muito difíceis”.

O conflito étnico armado coloca em oposição o presidente Salva Kiir Mayardit e o seu ex-vice-presidente Riek Machar Teny que assinaram um acordo que “devia dar origem a um governo de unidade nacional”, onde os responsáveis políticos ocupariam as mesmas posições, em agosto de 2015.

“Preocupação profunda” é o que manifestou hoje o Grupo de Trabalho para a Justiça Transicional pela demora na formação do governo de transição e a implementação do acordo de paz.

Composto por sete organizações da sociedade civil, o Grupo de Trabalho para a Justiça Transicional pede ao governo e à oposição que “estabeleçam imediatamente” o governo de unidade e iniciem um “programa abrangente de justiça transicional e reconciliação”.

O vice-presidente Riek Machar Teny, que devia ter chegado a Juba originário de Gambela, na Etiópia, esta segunda-feira, 18 de abril, acusou o governo de Juba de bloquear o seu regresso, numa entrevista à estação ‘Al Jazeera’.

A repórter da estação do Qatar no Sudão do Sul adiantou que a situação em Juba “é caótica” e não se conhece a razão porque Riek Machar Teny “ainda não chegou à capital”.

O missionário português revela ainda no seu sítio online ‘Jirenna’, que a jornalista Annea Cavell divulgou que o primeiro vice-presidente indigitado quer levar “armamento extra com o contingente de 260 soldados” que o acompanham mas Governo sul sudanês “não concorda”.

CB

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