África: Bispos de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mauritânia e Senegal destacam progressos no diálogo inter-religioso

Conferência Episcopal Interterritorial reuniu-se pela primeira vez em território cabo-verdiano

Praia, Cabo Verde, 03 dez 2012 (Ecclesia) – Doze bispos da Conferência Episcopal Interterritorial de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mauritânia e Senegal, concluíram este domingo um encontro de sete dias na Ilha de Santiago, onde se destacou a abordagem às relações entre cristãos e muçulmanos.

Numa nota enviada à Agência ECCLESIA, o padre Tony Neves, provincial dos Missionários Espiritanos que acompanhou a assembleia geral em Cabo Verde, salienta os progressos efetuados ao nível das relações entre as duas crenças religiosas.

Os exemplos mais positivos, segundo observou o sacerdote, chegam do Senegal, que “tem uma percentagem grande de cristãos e um islamismo muito dialogante” e da Guiné-Bissau, “muito pobre, instável politicamente, mas com ótimas relações entre cristãos e muçulmanos”.

A questão foi desenvolvida durante a conferência de imprensa final com os jornalistas, onde D. Arlindo Furtado, bispo de Santiago (Cabo Verde) alertou para a importância de assegurar “lideranças” fortes para prevenir o “surgimento de grupos islâmicos radicais que ninguém conseguirá controlar”.

O cardeal senegalês D. Théodore-Adrien Sarr, arcebispo de Dakar, definiu ainda a “humildade” e a “vontade de crescer com a experiência de fé dos outros crentes” como condições essenciais a uma relação salutar entre Islão e Igreja Católica.

A iniciativa permitiu ainda avaliar a situação dos quatro países em termos de vocações religiosas.

Neste campo, as atenções estiveram voltadas para a situação da Mauritânia, “um grande país islâmico com uma única Diocese, poucos padres e muito idosos”.

Acolhida pela aldeia de Rui Vaz, situada 22 quilómetros a noroeste da cidade da Praia, capital de Cabo Verde, a 13ª assembleia geral ordinária da Conferência Episcopal Interterritorial permitiu “estreitar a comunhão e a amizade entre os bispos e as igrejas de que eles são pastores”, disse D. Ildo Fortes.

Para o bispo cabo-verdiano tratou-se mesmo de um “momento histórico” já que foi a primeira vez que o evento teve lugar no seu país.

TN/JCP

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