Afeganistão: os riscos da Missão

A crise dos sul-coreanos reféns dos talibãs no Afeganistão é o exemplo mais recente dos riscos da acção missionária e do ambiente de crescente intolerância radical no mundo muçulmano. Ainda que naquele país se viva uma situação de guerra civil alimentada pelas milícias talibã e o estilo destes missionários presbiterianos seja susceptível de críticas esta é uma parte do mundo “onde não há liberdade de acção e onde, em muitos países, os padres e as irmãs são expulsos apenas por serem cristãos”, salienta ao Diário de Notícias (DN) Catarina Martins, presidente da secção Portuguesa da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), organização pública universal dependente da Santa Sé. “O principal problema são as ideologias extremistas muçulmanas e o facto de a repressão das minorias ser um conceito tão enraizado no direito islâmico, que, enquanto o Islão não admitir a oposição, vão continuar os ataques aos cristãos e a outras minorias”, afirma Jeremy Sewall do International Christian Concern (ICC). Para Catarina Martins, além “de países difíceis como a Coreia do Norte ou China, pela ideologia política, assiste-se a um claro agravamento da situação nos países muçulmanos”. Esse fenómeno é particularmente evidente no Paquistão, onde “o risco de vida é real para quem se converte do islão ao catolicismo”, refere a responsável da AIS. No relatório de 2006 da AIS sobre a Liberdade Religiosa no mundo recenseiam-se mais de 200 ataques contra a minoria católica neste país, uma campanha que começou por visar os muçulmanos no início dos anos 90 antes de se estender aos cristãos. A sul-coreana Sing Jo-hin, de um grupo de 21 reféns dos talibãs desde 19 de Julho – que já mataram dois jovens -, apelou este Sábado à intervenção do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do Papa Bento XVI. “Salvem-nos, somos inocentes, viemos ajudar pessoas doentes e agora não sabemos quanto tempo de vida nos resta”, disse a sul-coreana, num telefonema à Agência France Presse, facilitado pelos talibãs. “Não queremos morrer, só queremos voltar para casa”, acrescentou a jovem , explicando estar em reclusão com mais três compatriotas e nada saber dos restantes, de um grupo inicial de 23. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre (Com DN)

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top