Adeus a D. José Policarpo em dia de luto nacional

Funeral do patriarca emérito marcado para as 16h00, na Catedral de Lisboa

Lisboa, 14 mar 2014 (Ecclesia) – O patriarca emérito de Lisboa, D. José Policarpo, vai ser hoje sepultado na Catedral da capital portuguesa, num dia nacional de luto decretado pelo Governo.

O cardeal faleceu esta quarta-feira, aos 78 anos, na sequência de problemas cardíacos e foi lembrado pelo Papa como um “pastor apaixonado”.

“Confio à misericórdia de Deus o amado cardeal, recordando-me da sua preciosa colaboração nos diferentes organismos da Santa Sé e dos meus encontros com este pastor apaixonado pela busca da verdade”, refere o telegrama de condolências assinado por Francisco.

D. José Policarpo foi criado cardeal em 2001, no mesmo consistório do então arcebispo D. Jorge Mario Bergoglio, hoje o Papa Francisco, com quem participou em dois conclaves.

A Missa exequial vai ser presidida por D. Manuel Clemente, sucessor de D. José Policarpo, a partir das 16h00, e vai ser seguida de cortejo para o Panteão dos Patriarcas, no Mosteiro de São Vicente de Fora.

[[v,d,4496,]]O presidente da República anunciou a sua presença na celebração, após ter reagido em comunicado ao falecimento do cardeal, que recordou “personalidade ímpar” do país.

“Todos os Portugueses, crentes e não crentes, lamentam a perda de uma personalidade ímpar, que pela lucidez serena e pela luminosa inteligência da sua palavra constituiu, ao longo de décadas, uma das mais importantes referências éticas e espirituais da nossa sociedade”, refere a mensagem de Aníbal Cavaco Silva.

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, esteve na Sé de Lisboa esta quinta-feira, para prestar a sua homenagem, ao patriarca emérito de Lisboa, uma “personalidade extraordinária”.

“Trata-se de uma figura extraordinária, na Igreja portuguesa, com uma carreira distintíssima, uma personalidade também muito apreciada fora de Portugal, um homem de grande fé, da Igreja, que transcendeu em muito as nossas fronteiras”, disse aos jornalistas.

D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, falou esta quinta-feira, na vigília de oração que decorreu na Sé de Lisboa, do “anseio por Deus” e da “morte cheia de vida” do cardeal D. José Policarpo.

“Se algo o moveu, durante a sua existência, foi exatamente este anseio pela verdade” e isso “uniu a sua reflexão, o seu estudo, a sua grande curiosidade por tudo aquilo que podia aumentar o seu saber”.

Segundo D. Manuel Clemente, “era muito estimulante” conversar com o falecido patriarca emérito, “porque era de uma curiosidade constante em ir mais longe, perceber melhor” e “descortinar novos caminhos” para melhor responder “aos sinais dos tempos”.

“Peçamos a Deus que esta sua aventura e a procura da verdade sejam também a nossa aventura hoje”, concluiu, numa celebração que incluiu um breve ofício da liturgia bizantina, em língua ucraniana.

D. José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936 em Alvorninha, Caldas da Rainha, território do Distrito de Leiria e do Patriarcado de Lisboa.

Padre desde 15 de agosto de 1961, foi ordenado bispo em 1978 (auxiliar de Lisboa) e criado cardeal por João Paulo II em 2001.

D. José IV, 16.º patriarca de Lisboa, assumiu esta missão a 24 de março de 1998, após a morte de D. António Ribeiro, de quem era coadjutor desde março de 1997, sendo substituído por D. Manuel Clemente em maio de 2013.

O corpo encontra-se em câmara ardente na Sé Patriarcal, onde hoje às 10h00 vai ser recitada a oração de Laudes.

D. Manuel Clemente escreveu ao clero do Patriarcado de Lisboa, sugerindo que os sinos das igrejas deem “os habituais toques de defuntos, reforçando a unidade da oração” na hora das Exéquias.

OC

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