«Ad Limina»: Papa elogia solidariedade dos católicos portugueses

Francisco fala em Igreja «serena» e deixa mensagem de esperança

Cidade do Vaticano, 07 set 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco elogiou hoje no Vaticano a solidariedade dos católicos portugueses, em particular o “amplo esforço caritativo” em favor dos mais necessitados, e deixou uma mensagem de esperança num “futuro melhor”.

“Muito me alegra ver a Igreja em Portugal solidária e solícita com a sorte do seu povo”, refere o discurso pontifício entregue aos membros do episcopado católico durante a audiência concedida pelo Papa, no âmbito da visita ‘ad Limina’ que se iniciou esta manhã.

A intervenção saudou o aumento da “sinodalidade” como opção pastoral, “procurando envolver o maior número possível” de pessoas na evangelização.

Dos 43 bispos em Portugal (20 residenciais, 1 administrador apostólico, 1 coadjutor, 7 auxiliares e 14 eméritos), 37 marcaram presença no Vaticano; D. José Ornelas Carvalho, bispo nomeado de Setúbal (vai ser ordenado e tomar posse a 25 de outubro) também participou na visita ao Papa.

“Dos vossos relatórios quinquenais, pude deduzir, com verdadeira satisfação, que as luzes ultrapassam as sombras: a Igreja que vive em Portugal é uma Igreja serena, guiada pelo bom senso, escutada pela maioria da população e pelas instituições nacionais, embora nem sempre seja seguida a sua voz; o povo português é bom, hospitaleiro, generoso e religioso, ama a paz e quer a justiça”, assinala o discurso de Francisco.

O texto falou num episcopado “fraternalmente unido” e em padres “preparados espiritual e culturalmente, que desejam dar um testemunho cada vez mais coerente de vida interior”, estendendo os elogios aos consagrados e consagradas, que “manifestam à sociedade contemporânea o valor perene da sua entrega total a Deus”.

Segundo o Papa, há leigos que exprimem “a presença eficaz da Igreja para a autêntica promoção humana e social” da sociedade portuguesa.

“Nesta consonância de intentos de viver a comunhão na Igreja e de contribuir para a sua presença no mundo, abrem-se múltiplos espaços para iniciativas apropriadas, em particular para quantos desejam viver a experiência do voluntariado nos âmbitos da catequese, da cultura, da assistência amorosa a seus irmãos pobres, marginalizados, deficientes, idosos”, prossegue o documento.

Francisco sublinha a importância de uma “formação autenticamente cristã da consciência” para o “amadurecimento social” e para o “verdadeiro e equilibrado bem-estar de Portugal”.

“Não percais a coragem perante situações que suscitam perplexidade e vos causam amargura, tais como certas paróquias estagnadas e necessitadas de reavivar a fé batismal”, pede aos bispos.

O Papa lamenta que algumas paróquias estejam “centradas e fechadas no «seu» pároco”, desafiando os católicos à “abertura a uma lógica mais dinâmica e eclesial na comunhão”.

Francisco identificou ainda outros desafios, como o “ativismo pastoral” que deixa de lado a “profundidade espiritual” ou o “grande número” de adolescentes e jovens que abandonam a prática cristã, depois do sacramento do Crisma, para além do “vazio” na oferta paroquial de formação cristã juvenil pós-Crisma, “que muito poderia obstar a futuras situações familiares irregulares”.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top