Responsável pelo «ministério» da Educação do Vaticano diz que missão dos docentes deve ser «mais acarinhada»
Cidade do Vaticano, 22 mai 2024 (Ecclesia) – O prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação (Santa Sé) pediu hoje um maior reconhecimento para a missão dos professores, sustentando que a mesma precisa de ser “mais acarinhada”.
“É verdade que os professores foram deixados sós e que o seu papel social tão decisivo não é reconhecido como devia. Muitas vezes os professores veem-se sozinhos a gerir situações de grande complexidade e o esforço que fazem, todo o seu trabalho, no fundo, de transmissão, de abertura, de acompanhamento, de potenciamento dos jovens com quem trabalham, não tem o reconhecimento social ou mesmo das famílias que devia ter”, disse o cardeal D. José Tolentino Mendonça, falando aos jornalistas após a visita de uma representação da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
O colaborador do Papa sustentou que a profissão de professor é “uma vocação e uma missão” que “deve ser mais acarinhada”.
“Todas as condições necessárias devem ser cuidadas para que essa profissão, esse contributo muito grande na formação dos jovens possa acontecer de um modo sereno nas nossas escolas e na nossa sociedade”, acrescentou o cardeal português.
O responsável da Cúria Romana falava após um encontro com bispos portugueses, no âmbito da visita ‘ad Limina’ que está a decorrer esta semana.
Questionado sobre a a presença da Igreja Católica em Portugal, no mundo da Educação, D. José Tolentino Mendonça elogiou o papel destas instituições como “interface de diálogo com a sociedade, um diálogo baseado na confiança”.
“Há uma confiança na capacidade educativa da Igreja e isso é de salientar. Depois, a própria Igreja deve encontrar novas formas, novos espaços de acompanhar o campo escolar”, prosseguiu.
O cardeal deu como exemplos o acompanhamento pós-escolar ou os centros de estudo, espaços onde a Igreja deve “investir”, sublinhando que “é muito importante que os jovens não se sintam sós”.
É importante que os jovens sintam que a Igreja os acompanha, que eles são protagonistas da experiência eclesial, que a Igreja não os deixa sozinhos diante de um futuro incerto, mas está ao seu lado para ajudar a interpretar e a construir o futuro que está a chegar”.
Após a visita de membros da CEP ao Dicastério para a Cultura e Educação, o responsável considerou que esta foi uma “oportunidade muito rica de diálogo, de escuta” sobre “campos privilegiados da ação da Igreja” e “lugares de futuro”.
“Um dos assuntos de que se falou, por exemplo, foi a tradução digital dos conteúdos de algumas disciplinas e de algumas iniciativas da Igreja”, observou.
Os bispos de Portugal realizam desde segunda-feira a visita ‘Ad Limina’, para diálogos com vários organismos na Cúria Romana e, na sexta-feira, dia final da iniciativa, com o Papa Francisco.
De acordo com o Gabinete de Comunicação da CEP, participam na visita ‘Ad Limina’ 20 bispos diocesanos, 5 bispos auxiliares, o bispo eleito de Beja e 2 bispos eméritos e o secretário, padre Manuel Barbosa.
PR/OC