Açores: «Nenhum sacramento pode ser instrumentalizado» – D. João Lavrador

Bispo explicou que «comunhão não é um ato legitimador», na apresentação da exortação «A Alegria do Amor»

Lagoa, Açores, 20 mai 2016 (Ecclesia) – O bispo de Angra disse que “nenhum sacramento pode ser instrumentalizado”, por isso, “não é aceitável” fazer do acesso à comunhão “uma legitimação para uma determinada situação”, na apresentação da Exortação papal ‘A Alegria do Amor’, em Lagoa.

“Nem toda a gente pode pedir a comunhão;  há preparação e exigências para que alguém chegue a este sacramento.   A comunhão não é um ato legitimador de nada e,  requere-la só por uma questão de afirmação não está correto”, afirmou D. João Lavrador, no referido município da ilha de São Miguel.

O sítio na internet ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra, divulga que o prelado sublinhou que “não se pode permitir” que se instrumentalize a comunhão porque “um sacramento não pode ser instrumentalizado”.

“Temos de levar isto muito a sério”, acrescentou, na apresentação da Exortação Apostólica ‘A Alegria do Amor’, do Papa Francisco, numa iniciativa da Semana da Vida, promovida pelo Secretariado diocesano da Pastoral Familiar.

O bispo de Angra, no período aberto ao diálogo e em resposta a uma pergunta, assinalou que o Papa Francisco não aborda a questão do acesso à comunhão de divorciados recasados, uniões de facto e uniões de pessoas do mesmo sexo de uma forma direta, mas “remete-a para um rodapé” e mesmo admitindo a necessidade do acolhimento, do acompanhamento e da integração, a doutrina não pode ser esquecida.

D. João Lavrador sobre o sentido da “gradualidade das diferentes situações irregulares ou de imperfeição”, a que se refere o Papa argentino, explicou que o acolhimento e a integração “não pode ser um processo de autoconsciência” mas pertence “ ao magistério da Igreja”.

“Devemos acolher em vez de censurar mas este é um processo que pertence ao magistério da Igreja em diálogo com as pessoas,  não é um processo de autoconsciência nem é um processo para cada um averiguar à sua maneira”, desenvolveu.

Na apresentação da exortação pós-sinodal em Lagoa, o bispo de Angra valorizou também o facto dos procedimentos para a declaração de nulidade do matrimónio serem “mais céleres”, o que constitui “uma vantagem para todos”.

O prelado destacou ainda a “riqueza do documento” da Exortação ‘A Alegria do Amor’ que é “um roteiro” daquilo que deve ser a pastoral familiar que ajuda a “ajudar a família” e é um “hino” ao amor e à família.

D. João Lavrador considera que existiu uma “preocupação” do Papa Francisco em “interpretar a família, os seus problemas, as suas contradições, as suas ambiguidades” a partir de uma “realidade concreta lida à luz dos princípios de Deus” na exortação que resulta das duas etapas do Sínodo dos Bispos sobre a Família.

“Deparamo-nos com a novidade da análise da realidade que é focada amplamente que nos atrai para alguém que conhece exaustivamente a realidade familiar. A novidade transparece também pela atitude acolhimento de discernimento e acompanhamento através da misericórdia”, desenvolveu.

O Bispo de Angra vai volta apresentar novamente a exortação pós-sinodal ‘Amoris Laetitia – Alegria do Amor’ na Biblioteca Pública e Arquivo da Horta, a 1 de junho, no Faial.

CB

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Agência ECCLESIA

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