Açores: Igreja de São José comemora 300 anos

História de uma das mais antigas paróquias de Ponta Delgada está muito ligada à ação sociocaritativa e o objetivo é continuar «de olhos postos na realidade presente»

São Miguel, Açores, 15 jan 2014 (Ecclesia) – A comunidade católica de São José, uma das mais antigas dos Açores, está a assinalar os 300 anos da sua igreja e preparou diversas iniciativas a serem desenvolvidas durante os próximos meses.

Em declarações concedidas ao portal informativo da Diocese de Angra, o responsável pela paróquia, padre Duarte Melo, destaca “a elaboração de um levantamento sociológico da comunidade que atualmente tem a sua referência religiosa nesta igreja”.

A ideia é “desenvolver estruturas de reflexão a partir da realidade sociológica local” de modo a que a paróquia possa situar-se enquanto “igreja nos dias de hoje”, colocar-se “de olhos postos na realidade presente e não ancorada em realidades passadas”.

“O objetivo é celebrar uma igreja viva, militante e atuante face aos problemas concretos”, realça o sacerdote.

Situada em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, a igreja de São José foi concluída em 1714, está classificada como imóvel de interesse público e é apontada como um dos “mais emblemáticos” monumentos da arquitetura religiosa dos Açores.

Uma das primeiras iniciativas relacionadas com a comemoração do terceiro centenário do templo foi a realização de obras de restauro na capela dedicada ao Santíssimo Sacramento.

O projeto, que envolveu sobretudo a renovação dos retábulos, da porta do Santíssimo e dos gessos empregues, contou com a colaboração “massiva” dos paroquianos, que contribuíram com cerca de 17 mil euros.

Para o padre Duarte Melo, este facto mostrou “que as pessoas estão muito sensibilizadas para a necessidade de preservar o seu património e conscientes de que ele é a expressão da sua própria identidade enquanto povo”.

Entre as várias iniciativas, culturais, musicais, religiosas, que vão marcar a festa dos 300 anos da igreja de São José, destaque ainda para o lançamento de um catálogo com a descrição de todo o espólio do templo e também a produção de uma monografia dedicada à história do local de culto e da comunidade católica da região.

Um dos principais aspetos que acompanharam a existência do templo foi a prioridade que os vários responsáveis católicos que por ali passaram deram aos mais carenciados, com destaque para figuras como o monsenhor António de Almeida Maia, que serviu a paróquia de São José entre 1939 e 1992, e apostou também muito no desenvolvimento da religiosidade popular.

JCP

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