Açores: «Este culto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres nunca vai acabar» – Cónego Adriano Borges

Reitor destaca presidência do novo bispo diocesano como «um enriquecimento para a vivência espiritual das festas»

Foto: Igreja Açores

Ponta Delgada, Açores, 12 mai 2023 (Ecclesia) – O reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, considera que este culto “nunca vai acabar” e destaca que a presidência do novo bispo de Angra como um “enriquecimento para a vivência espiritual das festas”.

“Este culto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres nunca vai acabar porque estas novas gerações também já começam imbuídos deste espírito que é o Senhor da vida, o Senhor das nossas ilhas que a todos protege e a todos olha”, disse o cónego Adriano Borges à Agência ECCLESIA.

As celebrações principais do Senhor Santo Cristo dos Milagres realizam-se entre hoje e domingo, presididas pelo novo bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues – Missa dos doentes (sexta-feira), Sermão da Mudança da Imagem do Ecce Homo (sábado), Missa campal e procissão solene (domingo); o programa das festas termina no próximo dia 18, as celebrações religiosas com uma Missa, às 18h00.

“A presença do senhor bispo honra-nos de forma extraordinária, também é habitual ser o presidente das festas quando chega um bispo novo. Para ele será, espero eu, uma experiência extraordinária, e para nós a sua presença, a sua palavra, vai ser um enriquecimento para a vivência espiritual das festas do Senhor Santo Cristo”, desenvolveu o cónego Adriano Borges.

O reitor do santuário cristológico em Ponta Delgada, na Ilha açoriana de São Miguel, recorda que desde criança cresceu a sua mãe a fomentar esta devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, a Madre Teresa d’Anunciada, bem como toda a sua “geração, as anteriores e as seguintes, porque é tão bonito esta ligação”.

“Uma mãe, e sobretudo de São Miguel, antes de ir para o hospital passa no Senhor Santo Cristo dos Milagres, antes de irem para as suas casas passam aqui a agradecer: É sempre aqui lugar de passagem, de proteção, e depois é quase uma consagração dos seus filhos”, destaca.

Este ano as festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres “retomam sensivelmente ao formato tradicional”, após as restrições da pandemia de Covid-19, e o reitor do santuário conta que já chegou “muita gente de fora, muitos emigrantes, uma alegria fantástica”.

Foto Agência ECCLESIA/PR, cónego Adriano Borges

‘Levanta-te’ é o tema e a imagem está ligada ao episódio bíblico da ressurreição do jovem filho da viúva de Naim, ligado ao lema e à mensagem do Papa para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.

“Jesus diz ‘jovem, eu te ordeno, levanta-te’ e isso é uma mensagem extraordinária, fantástica, sobretudo para os tempos que vivemos, não só para os jovens, mas para todos nós. Depois de uma pandemia, num contexto de guerra, de guerras, de problemas de economia mundial, precisamos de ouvir esta palavra ‘levanta-te’, vamos para a frente, o futuro será melhor. É o Senhor Jesus que indica este caminho”, desenvolveu o sacerdote açoriano.

Do programa destaca-se uma Missa dedicada aos jovens, a partir da meia-noite, na madrugada deste sábado, que é uma das novidades das festas deste ano, e que vai ser presidida por D. Armando Esteves Domingues, com “a juventude da ilha toda”.

Esta sexta-feira, o santuário açoriano promove o lançamento do livro ‘Peregrino da Esperança – o cardeal Tolentino Mendonça na festa do Senhor Santo Cristo’, com as intervenções nesta festa em 2022, às 18h00 locais, no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

A festa começou com um tríduo preparatório, que teve como pregador o padre José Júlio Rocha, na igreja do Senhor Santo Cristo, entre terça e quinta-feira, e também lançaram um livro sobre Madre Teresa da Anunciada, e apresentaram um filme, no Teatro Micaelense, ambos da autoria de Armando Moreira.

“Devemos esta devoção particular e a festividade que fazemos em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres a Madre Teresa da Anunciada que iniciou este culto com contrariedades, com dificuldades e nunca mais apagou. Ela acendeu no coração dos açorianos uma chama que independentemente de quem acende nunca mais se extinguirá”, explicou o responsável pelo santuário desde 9 de outubro de 2016.

Madre Teresa d’Anunciada, nascida e batizada no dia 25 de novembro de 1658, na freguesia de São Pedro, na ilha de São Miguel, recebeu o nome de Teresa de Jesus; Entrou para o Convento da Esperança e iniciou o noviciado a 19 de novembro de 1681.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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