Açores: Comissão Diocesana Justiça e Paz alerta para «problema estrutural» da pobreza

Organismo católico recomenda leitura «atenta» da encíclica «Fratelli Tutti» ao novo Governo Regional

Foto: Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores

Angra do Heroísmo, Açores, 16 nov 2020 (Ecclesia) – O assistente da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Angra disse que o novo Governo Regional dos Açores deve ser capaz de encontrar os instrumentos para combater a pobreza estrutural, que considera “o maior problema da região”.

“Estamos num período de pandemia, que vai trazer problemas para a saúde, mas também criar problemas financeiros e económicos graves. A pobreza vai aumentar ainda mais”, alertou o padre José Júlio Rocha, numa intervenção divulgada pelo portal ‘Igreja Açores’.

O assistente da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Angra salientou que uma sociedade justa deve ser fundada “não só na igualdade e na liberdade mas também na fraternidade”.

A instalação do novo parlamento regional no Arquipélago dos Açores realiza-se esta segunda-feira, a partir das 15h00 (mais uma hora em Portugal continental).

O padre José Júlio Rocha espera que os novos responsáveis políticos na região sejam capazes de “as opções certas para reduzir ao máximo o problema endémico, estrutural” da pobreza, e recomenda uma leitura “atenta” da encíclica papal ‘Fratelli Tutti’.

No âmbito da política, o novo documento do Papa Francisco, que aborda a fraternidade e a amizade social, já inspirou um debate na Assembleia Legislativa da Madeira, o primeiro-ministro apelou à escuta da “nova e inspiradora” da encíclica, no dia 5 de outubro, e o presidente da República afirmou que o documento é “de uma coragem ilimitada, um grito brutal e expressão de um poder mobilizador”.

O assistente da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Angra pediu aos novos governantes dos Açores que “não se deixem levar por ideais eventualmente populistas” e sejam capazes de “pôr em prática os propósitos de uma sociedade melhor”.

“Penso que todos desejaremos o mesmo, isto é, um governo para todos os açorianos”, acrescenta.

57 deputados eleitos a 25 de outubro vão representar oito forças políticas – PS, PSD, CDS, PPM, Chega, BE, IL e PAN.

Uma coligação de partidos de direita – PSD em coligação com o CDS e o PPM e com o suporte parlamentar do Chega e da Iniciativa Liberal – vai governar os Açores na próxima legislatura; o presidente do Governo regional, José Manuel Bolieiro, foi indigitado no dia 7 de novembro pelo representante da República.

O sítio online ‘Igreja Açores’ informa ainda que depois da tomada de posse do Governo existe um prazo de 10 dias para o programa do executivo ser entregue no Parlamento, onde tem de ser votado e aprovado.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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