Presidente do Governo Açoriano concorda que dança oriental em igreja revelou «falta de bom senso»
Angra do Heroísmo, Açores, 23 set 2014 (Ecclesia) – O bispo de Angra quer que o Governo Regional dos Açores cumpra as regras de utilização de espaços abertos ao culto e que dança oriental em igreja é uma questão de “bom senso” e não de “sensibilidade religiosa”.
“Há acordos entre a Ordem Franciscana Secular e o Museu (de Angra do Heroísmo), assinados pela autoridade competente. E há as orientações da Concordata do Estado Português com a Santa Sé, que é um Contrato Internacional, que também têm de ser observados nos Açores e estão a ser alvos de alguns mal entendidos”, explicou D. António de Sousa Braga.
“A igreja de Nossa Senhora da Guia não é propriamente um «anexo» do Museu de Angra. Há um acordo aprovado pela Junta Geral em 1972”, acrescenta o responsável que considera que esta situação é uma questão de “bom senso” e não decorre de “uma sensibilidade religiosa”.
A igreja de Nossa Senhora da Guia está aberta ao culto e o seu uso está entregue à Ordem Franciscana Secular e faz parte do convento que integra do Museu de Angra do Heroísmo e é propriedade do Governo Regional.
“Realmente, acho que devia ter havido mais bom senso e mais cuidado nesta matéria”, concordou o Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, esta segunda-feira.
D. António de Sousa Braga, divulga o Portal da Diocese, quer clarificar “um conjunto de procedimentos, que garantam a observância das normas relativas à utilização dos centros de culto, para fins culturais”.
Por isso, o prelado destaca que a utilização da igreja de Nossa Senhora da Guia para um espetáculo de danças orientais foi “infeliz e de mau gosto da parte dos responsáveis do Museu de Angra”.
O responsável da Igreja diocesana assinala que não “é a primeira vez que uma coisa dessas acontece”.
“Há algum mal-entendido, na utilização da igreja, que está aberta ao culto público”, frisa o bispo que explica, a título de exemplo, que para realizar concertos nas igrejas “é necessária a autorização da Diocese que dá só com o parecer favorável da Comissão de Liturgia”.
O Portal da Diocese revela também que a Comissão Diocesana dos Bens Culturais da Igreja está a elaborar um memorando para enviar ao Governo regional, tutela do Museu de Angra, a relembrar todos os procedimentos que devem ser observados para a realização de espetáculos ou eventos em locais que estão abertos ao culto.
CB/OC