Açores: Bispo de Angra destacou dificuldades criadas pela pandemia, com atenção aos mais excluídos

D. João Lavrador sublinhou, na Missa do Galo, necessidade de superar «medo»

Angra do Heroísmo, Açores, 25 dez 2020 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Angra, nos Açores, recordou este noite de Natal as dificuldades criadas pela pandemia, pedindo atenção aos mais excluídos.

“Esta pandemia apresentou-se verdadeiramente como trevas e escuridão, lançou por terra todas as certezas técnicas e científicas, desmoronou a sociedade e desarticulou as comunidades, gerou medo e mesmo pânico, criou novos focos de pobreza e de exclusão, travou a expressão de afetos e lançou sobre a humanidade uma inquietante pergunta sobre o sentido presente e futuro” afirmou D. João Lavrador, na homilia da Missa do Galo, com transmissão televisiva.

O responsável católico apresentou a todas as comunidades locais o desafio de “não ter medo”.

“Não queremos uma religião do medo, não desejamos uma cultura do medo, não aceitamos uma sociedade cujas relações são pautadas pelo medo uns dos outros; porque O Messias que hoje nasce para nós é o Príncipe do amor e da Paz; como Salvador e Redentor, vem convidar-nos a edificarmos uma nova criação e a estabelecer entre nós relações de verdadeira fraternidade”, assinalou, numa intervenção citada pelo portal ‘Igreja Açores’.

A luz que irrompe nas trevas densas da nossa humanidade não é uma ideologia, nem um código de leis, não se limita a projetos arquitetados pela mente humana, nem a liderança de grupos que se sentem iluminados para comandarem os seus semelhantes, mas sim na Pessoa de um Menino que nos foi dado e num Filho que nos foi concedido”.

D. João Lavrador pediu uma ação “concreta” junto de quem mais precisa, “aqueles com quem Jesus de Nazaré se quis identificar, os pobres e os excluídos, as crianças e débeis”.

O bispo de Angra falou numa sociedade “onde predomina o descarte da pessoa, o ceticismo em relação a Deus, o relativismo ético e o desprezo pelo ambiente”.

“É nas situações reais da nossa sociedade tantas vezes marcadas pela indiferença, pela pobreza, marginalidade, exclusão, individualismo e egocentrismo, que somos chamados a descobrir e a viver a encarnação de Jesus de Nazaré que continua a atuar em nós e através de nós na libertação do Seu Povo”, destacou ainda.

O bispo de Angra terminou a Missa desejando a todos, “nomeadamente aos mais excluídos e pobres, às vítimas desta pandemia e aos que estão na diáspora”, um santo e feliz Natal, pedindo uma bênção especial para as “famílias, os jovens e os idosos, as crianças e todos os que buscam o sentido para a sua existência”.

OC

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