Acolher, proteger, promover e incluir

Eugénia Costa Quaresma

Foto: Agência ECCLESIA/MC

A visão é a de uma sociedade coesa que procura cumprir o propósito de não deixar ninguém para trás!

A missão é reconhecer que vivemos num mundo interligado e interdependente e abraçamos o dever de escutar e aprender uns com os outros.

Trazer para o centro das decisões a centralidade da dignidade humana, do bem comum, da responsabilidade partilhada, da ética do cuidado, da construção de pontes é um imperativo moral e de justiça..

O fenômeno migratório é parte da solução, assim como a União Europeia e as políticas de cooperação e desenvolvimento dos países de origem. Também Portugal é um país em via desenvolvimento! É preciso pensar de uma forma inclusiva e interligada com as pessoas que saem e entram no país.

Preocupa-me a manipulação dos factos! A falta de verdade e honestidade! Urge melhorar os canais de comunicação e exercício democrático.

Preocupa-me a falta de diálogo e a dificuldade em escutar o contraditório, a não-aceitação da diversidade e da complementaridade como essência que nos humaniza,

Preocupa-me a negação e a violação da carta universal dos direitos humanos. Só existimos em relação. Urge preparar as pessoas e os sistemas para termos serviços de atendimento ao público mais eficazes e eficientes.

Preocupa-me a violência em palavras e gestos reivindicativos que contradizem o respeito por um Estado de direito! Não vale tudo! A violência não é aceitável sob nenhuma forma! Nem por parte de candidatos e adeptos, nem por parte de ativistas, nem por parte de estruturas políticas e sociais, que empobrecem e exploram. Nem por mentalidades que trazem à memória momentos da história que feriram e ferem de morte a humanidade e acentuam desigualdades entre pessoas e povos.

Temos muito que melhorar na educação, na saúde, na justiça, na cultura, na habitação, e nos apoios sociais. As questões que atingem os nossos direitos fundamentais exigem respostas integradas. O meu voto vai para quem se esforça em articular os verbos acolher, proteger, promover e incluir, transversal a tantas situações de vulnerabilidade. Urge reconhecer a interligação entre a emergência e o plano de acolhimento e integração com vista à autonomia de cada cidadã (o) e sua família, em vulnerabilidade ou em dificuldade. Urge fazer acontecer de forma interdisciplinar!

O meu voto vai para quem num gesto de proximidade acompanha as fragilidades da sociedade e está em condições de ajudar a construir soluções. Pois independente de quem tenha assento parlamentar, são as forças sociais que prestam um serviço de proximidade, que permanecem e podem inspirar estruturas mais humanas e justas e instituições mais saudáveis. Para mim, a cidadania ativa é uma forma de fazer política, muito mais atraente do que a atual partidarização, que nos divide. E que pode e deve fazer pensar, pode e deve propor o centro e a nobreza da atividade política!

É urgente reduzir a abstenção e temos o direito de exigir aos nossos políticos que se questionem de modo a construir a tão necessária amizade social: «Quanto amor coloquei no meu trabalho? Em que fiz progredir o povo? Que marcas deixei na vida da sociedade? Que laços reais construí? Que forças positivas desencadeei? Quanta paz social semeei? Que produzi no lugar que me foi confiado?» (cf. FT 197)

 

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Agência ECCLESIA

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