Acção, participação e solidariedade dos movimento laicais

Jornadas Diocesanas do Apostolado dos Leigos no Porto Realizaram-se de 19 a 20 de Novembro, na Casa Diocesana de Vilar as V Jornadas Diocesanas do Apostolado dos Leigos, subordinadas ao tema: Movimentos e Obras – Carisma e Missão. As Jornadas, que de ano para ano, têm vindo a registar uma crescente participação, contaram com cerca de 280 representantes de 24 movimentos, associações e obras laicais presentes na diocese, para além de membros do conselho pastoral, de vários secretariados diocesanos, de congregações e institutos seculares e numerosos membros de uma dezena de comunidades paroquiais. Na impossibilidade da presença do Bispo do Porto, presidiu aos trabalhos D. António Carrilho, Bispo Auxiliar, tendo também participado durante a manhã os Bispos Auxiliares D. João Miranda e D. António Bessa Taipa. Solidariedade e co-responsabilidade Em ordem à execução do primeiro objectivo das Jornadas: Clarificar os conceitos teológico-pastorais de “Carisma”, “Vocação-Missão”, “Serviço-Comunhão”, e a relação existente entre eles; na conferência que se seguiu à sessão de abertura, o Cón. Doutor Arnaldo Cardoso de Pinho, Vice-Presidente da UCP/Porto e Vigário Episcopal para a Cultura, centrou o seu tema na presença do Espírito Santo à Igreja e ao mundo, fonte comum de carismas e ministérios, com particular incidência na diocese, lugar onde está presente a Igreja na sua plenitude. Partindo do conceito de Igreja Comunhão, ideia central e fundamental dos documentos do Concílio Vaticano II, evidenciou como esta ideia é comum de todos os fiéis e tem precedência em relação às categorias específicas (hierarquia e outras qualidades de fiéis). Desta comum dignidade e acção dos fiéis para a edificação da Igreja, mas ao mesmo tempo numa diversidade de dons do Espírito, resulta a unidade de missão da Igreja e a solidariedade e co-responsabilidade de todos os cristãos na edificação da comunhão eclesial, da comunhão visível da Igreja. A diversidade do povo de Deus, em diversas manifestações do Espírito, concretização natural da Sua presença não desfavorece, antes pelo contrário a comunhão que só existe entre diferenças e representa uma riqueza de todo o povo de Deus. E é tarefa permanente do governo da Igreja perceber e discernir esta presença. Integração dos movimentos eclesiais Nesta perspectiva a Igreja diocesana deve ser vista como uma célula viva onde está presente todo o mistério da vida do corpo uno da Igreja, onde o ministério do Bispo está também ordenado para o povo dos baptizados da sua diocese, compreendida esta como espaço de diversidade do crescimento do espírito, num pluralismo de carismas e ministérios. É neste modelo de desenvolvimento de Igreja, que foi posto em luz pelo Concílio, onde é possível harmonizar a diversidade de dons do Espírito com os diversos ministérios, que as Igrejas diocesanas e particulares têm uma especial responsabilidade. O futuro dependerá da sua criatividade. Para estimular esta criatividade, uma das formas é de estimular e favorecer a integração dos movimentos eclesiais, na organicidade da Igreja afirmada entre outras, através dos Conselhos Pastorais, as Comissões Justiça e Paz ou dos Conselhos de Leigos. A Igreja particular, cujo firme fundamento institucional é a ordem episcopal e os que dela participam, deveria ser, no pós-Concílio e atenta à doutrina deste, não apenas um centro administrativo, mas um lugar de criatividade, ante os desafios da Evangelização. Na verdade quantos mais actores tiver a Igreja, melhor realiza a sua vocação, não devendo ser esquecida a imprescindível formação e a permanente clarificação doutrinal. Os carismas dado o seu carácter menos institucional, tenderão a desenvolver-se na Igreja, mais ligados aos movimentos renovadores e aos serviços da Igreja ao mundo. Uma Igreja que não os acolhesse nem lhes desse vós e vez através dos órgãos de corresponsabilidade, estaria certamente a apagar o Espírito no seu seio e a comprometer gravemente a presença do Espírito à comunidade cristã. Testemunhos O testemunho que seguiu ao debate, por Maria Olga Cardoso Osswald, centrado no tema “carisma, vocação e comunhão”, e em ordem ao segundo objectivo das Jornadas: Reconhecer a riqueza da diversidade dos dons, que Deus concede às pessoas e às instituições, e o modo como eles contribuem para a edificação da Igreja e o bem da Sociedade; partindo da experiência pessoal do encontro com um carisma, identificado com um dos novos movimentos eclesiais, veio evidenciar como o carisma é dom gratuito e inesperado de Deus, expressão do excesso do amor de Deus, porque Deus é Amor. O Painel da tarde, subordinado ao tema: Comunhão entre carismas; em ordem ao terceiro objectivo: Estimular os Movimentos e Obras Laicais, bem como os diversos Grupos Apostólicos paroquiais/diocesanos a assumirem os carismas próprios e a participarem na vida da Igreja, em espírito de serviço e de comunhão, foi preenchido por três experiências no âmbito paroquial e diocesano. A intervenção de Carlos Meneses Moreira, na qualidade de membro do Conselho Pastoral da Senhora da Conceição, teve como objectivo transmitir a experiência daquele Conselho Pastoral enumerando os princípios que a fundamentam. A intervenção de Maria de Lurdes Figueiral, na qualidade de membro do Conselho Pastoral Diocesano, deu a conhecer a constituição e funções daquele órgão Diocesano apresentando uma síntese dos trabalhos realizados no mandato de 2000 a 2005, à luz da experiência de comunhão eclesial vivida pelos participantes. Maria Leopoldina Neves Pinho, membro da Equipa Diocesana dos Movimentos e Obras Laicais, deu a conhecer a originalidade daquela experiência eclesial que desde o Jubileu do ano 2000 esteve empenhada na promoção do Encontro Anual da Direcções dos Movimento e Obras Laicais da Diocese e das Jornadas Diocesanas do Apostolado dos Leigos, lançando à Assembleia o desafio da realização de um grande encontro dos leigos da Diocese. Importância dos Conselhos Pastorais paroquiais Ao encerrar as Jornadas, D. António Carrilho congratulou-se com a participação tão interessada e significativa dos Movimentos Laicais e de um crescente número de leigos das estruturas paroquiais, tornando aquela Assembleia uma verdadeira expressão da diversidade de carismas na comunhão da missão eclesial. Referindo-se, depois, à reflexão da manhã e à partilha das experiências, feita no painel da tarde, D. António Carrilho salientou a presença e acção do Espírito Santo, como fonte de esperança, que vence dúvidas e cansaços, e certeza de que não faltarão, em cada tempo e lugar, as respostas adequadas às necessidades da Igreja, para a sua missão no mundo. Por fim, sublinhou a importância dos Conselhos Pastorais Paroquiais e Diocesano e o valor das experiências realizadas nestes âmbitos, bem como na articulação já conseguida como os movimentos e obras laicais, no encontro anual das respectivas Direcções Diocesanas, no final do mês de Setembro, e deixou uma palavra de estímulo ao funcionamento dos Conselhos Pastorais Paroquiais e à sua criação, de acordo com as orientações da Diocese, onde ainda não existirem. Lembrando S. Paulo nalgumas das suas Epístolas, D. António deu graças a Deus por quanto de bom existe e se vai fazendo nas nossas comunidades cristãs e grupos apostólicos, e apontou para a necessidade de se progredir sempre mais, de se fazer sempre mais e melhor. Os trabalhos terminaram com a celebração das Vésperas de Cristo-Rei. As Jornadas tiveram a sua conclusão na Eucaristia de Domingo, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, presidida por D. Armindo Lopes Coelho, Bispo do Porto, celebrada com grande participação de fiéis na Sé Catedral. EDMOL – Equipa Diocesana dos Movimentos e Obras Laicais

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