Abusos sexuais: «Lei universal» da Igreja Católica mostra «procedimentos detalhados» e alarga responsabilidades – Dicastério para a Doutrina da Fé

Secretário-adjunto do Dicastério para a Doutrina da Fé valoriza alterações feitas pelo Papa Francisco

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 25 mar 2023 (Ecclesia) – O secretário adjunto do Dicastério para a Doutrina da Fé e especialista na luta contra os abusos sexuais na Igreja católica afirmou hoje a importância de alargar as normas a “leigos responsáveis” por associações de fiéis.

“A mudança mais importante é a introdução de um procedimento detalhado sobre a denúncia e investigação de acusações contra leigos à frente de associações internacionais”, concretiza o arcebispo D. Charles Scicluna, em entrevista ao Vatican News.

O responsável sublinha a confirmação de procedimentos, apresentados em 2019, que agora se tornam “lei universal” a partir de 30 de abril.

“Esta é uma das mais fortes novidades desta versão de Vos estis lux mundi. Estamos na segunda parte que dá à Igreja um procedimento detalhado sobre a denúncia e investigação de acusações contra pessoas na liderança da Igreja. A liderança que no documento de 2019 inclui cardeais, patriarcas, bispos, clérigos nomeados como pastores nas igrejas particulares, enquanto no texto de hoje o Papa introduz duas novas categorias: os clérigos que estiveram à frente de uma associação pública, clerical, com a faculdade de incardinar, e depois os fiéis leigos que foram moderadores de associações internacionais reconhecidas pela Santa Sé”, especifica o responsável.

O arcebispo D. Charles Scicluna reconhece ainda que a criação de “órgãos e escritórios”, “facilmente acessíveis ao público para a denúncia de casos de abusos”, corresponde a um sinal da Igreja para “facilitar a denúncia” e “cuidar das pessoas”.

“O artigo 5 estabelece que as autoridades eclesiásticas se devem comprometer para que aqueles que afirmam ter sido ofendidos, juntamente com suas famílias, sejam tratados com dignidade e respeito e sejam acolhidos, escutados e acompanhados através de serviços específicos de assistência espiritual, médica, terapêutica e psicológica, de acordo com o caso específico”, explica.

As alterações pedem “não apenas centros de escuta onde as pessoas podem apresentar uma denúncia, mas também lugares onde facilitar o cuidado das pessoas”.

LS

Vaticano: Papa confirma procedimentos da Igreja católica contra abusos sexuais

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