Abusos sexuais: Guilherme d’Oliveira Martins e Maria de Belém entre os subscritores de «carta de apoio ao Papa Francisco»

Promotores da iniciativa realçam caminho de reforma na Igreja Católica que deve continuar «a ser percorrido»

Lisboa, 26 out 2018 (Ecclesia) – Um grupo de portugueses tomou a iniciativa de elaborar uma “Carta de Reflexão e de Apoio ao Papa Francisco” e de promover a sua divulgação e subscrição até final do mês de Outubro.

De acordo com um comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, este documento pretende marcar uma posição de apoio ao caminho de reforma que o Papa argentino tem procurado trilhar na Igreja Católica, “incentivando a que continue a ser percorrido”.

Entre os primeiros subscritores do texto estão figuras como Guilherme d’Oliveira Martins, Maria de Belém Roseira, José Ribeiro e Castro e Matilde Sousa Franco.

Os signatários realçam de modo particular “as medidas” que Francisco tem promovido para responder a situações que têm envolvido estruturas católicas, como os casos de “ abusos sexuais de menores e outras pessoas especialmente vulneráveis e indefesas”, e os “escândalos financeiros envolvendo membros da hierarquia eclesiástica”.

“Para além de pecados muito graves, trata-se de factos que integram crimes infamantes praticados sobretudo por membros do Clero, que reclamam uma veemente repulsa”, realçam os subscritores desta carta, que tem como primeira promotora a Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa.

Na mesma missiva, pode ler-se que os problemas que têm afetado a Igreja Católica devem ser “eficazmente” punidos e denunciados e nesse sentido é essencial estar ao lado do Papa, que tem procurado “tomar medidas nem sempre conhecidas do público em geral, ao lado das já divulgadas”.

Recorde-se que entre 21 e 24 de fevereiro, os presidentes de todas as conferências episcopais do mundo vão estar em Roma, a pedido de Francisco, para debater a questão dos abusos sexuais no meio da Igreja.

Para os organizadores desta carta de apoio ao Papa, “importa tomar consciência” de que os casos que envolvem a hierarquia católica têm igualmente servido para fazer “um aproveitamente desvirtuado das fragilidades da Igreja”, e “para, em última instância, atingir injustamente o seu Sumo Pontífice”.

Uma contestação que, recordam, tem surgido de fora mas também de dentro da própria Igreja.

Os subscritores do documento “repudiam as divisões na hierarquia” católica e expressam um “claro e incondicional apoio ao Bispo de Roma”, para que continue em frente com o “caminho escolhido”.

A carta de apoio ao Papa que está a ser divulgada é acompanhada por uma recolha de assinaturas (online e em papel) aberta a toda a sociedade civil, quer pessoas individuais quer também instituições e entidades.

O objetivo é entregar a carta com as assinaturas ao representante diplomático (núncio apostólico) da Santa Sé em Portugal, D. Rino Passigato, para que possa ser depois entregue ao Papa Francisco, também com o conhecimento do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente.

JCP

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