A música cristã na Pastoral da Igreja

A poesia e a música, desde sempre, foram as formas mais sublimes do Homem exprimir o que lhe sopra a alma e ventila o coração. A obra do poeta e do músico “é ser mais alto, é ser maior… e dizê-lo cantando a toda a gente”. É neste sentido que assumimos a Música na Pastoral da Igreja, entendida como “ministério” e como arte funcional. A música cristã é um “tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da Liturgia da Igreja.” Através dos acordes e do canto perpassa a vontade de contagiar a todos com a Boa Nova da Fé e da Esperança; de testemunhar a presença viva e reconfortante de Jesus nas nossas vidas; de disponibilizar uma orientação que a todos conduza ao louvor e a gratidão por tudo aquilo que, em nós, Ele vai operando… Neste contexto, a eucaristia apresenta-se como o espaço preferencial, onde a presença de Jesus Cristo é ponto central e referência viva para toda a vida cristã. Ela é o banquete do encontro, a festa da comunhão entre Deus e o seu Povo. Sinto a música como “princípio de todos os encantos da vida.” Ela é importante na vida de qualquer pessoa, mas de modo muito particular na vida daqueles que se orientam, através do ministério sacerdotal, para o serviço do povo de Deus. Na minha relação com Deus a música tem sido a forma mais bela e mais genuína de manifestar: alegria, tristeza, paz, louvor, gratidão … inunda-me a alma e liberta-me para uma relação/comunhão mais intensa com Deus. As letras, os ritmos dos cânticos e as melodias assumem em mim, a importância de um estilo e asseguram, tantas vezes, a sobrevivência do espírito… No fundo, a música traduz-se para mim na autentica e indispensável afinação entre o Homem e o seu Criador… Parece-me urgente que também na Igreja se reconheça à música o lugar e importância devidos. Ela não pode ser tida como entretenimento, numa perspectiva mundana! A música, acima de tudo, é um canal de adoração a Deus e como tal deve ser valorizada. Recordo que o livro de maior dimensão na Bíblia é um hinário – os Salmos – por isso, a música e o canto são parte da nossa vida cristã individual e colectiva, desde a ancestralidade Eclesial. Cantemos todos! Cantemos “músicas com letras que façam pensar; letras com músicas que façam sentir”; letras e músicas que transformem a vida e lhe dêem marcas do Criador. Pe. Marcos Alvim, Diocese de Lamego

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