A marca espiritual de Taizé

Igreja da Reconciliação é palco das três orações diárias

A igreja da Reconciliação é o lugar central na comunidade ecuménica de Taizé, em França. Uma centralidade física e espiritual marcada pelas três orações diárias que indicam que o centro é Deus e o importante é dar-lhe lugar, ouvi-lo nos cânticos e no silêncio.

O espaço dedicado à igreja começou pequeno e foi sendo aumentado. Primeiro com tendas e, depois, “perante a evidência de cada vez mais pessoas nos procurarem no Verão e na Páscoa, os irmãos não hesitaram em deitar abaixo paredes, algumas com vitrais, para aumentar o espaço”, explica o Irmão David à Agência ECCLESIA. O irmão português acrescenta que o importante sempre foram as pessoas e o facto de “elas se sentirem acolhidas e bem”. A igreja da Reconciliação foi construída em 1962 e ampliada em 1991 e 1997.

É neste espaço de simplicidade que cada pessoa se encontra. É isso que procuram as quase 4 mil pessoas em Taizé. É isso que é característico.

Meia hora antes do início da oração da noite já o espaço se enche. Os voluntários de longa duração e as pessoas em retiro de silêncio têm lugar reservado logo atrás dos irmãos que, no seu lugar marcado, crescem desde a cruz até à assembleia, separados apenas por pequenos canteiros de flores.

O espaço vai-se enchendo, as paredes vão desaparecendo para que seja uma única sala grande a rezar em comunidade. A música de fundo acolhe quem vai entrando. Dentro e fora da igreja estão voluntários com a palavra «silêncio» recordando que este é um lugar de oração.

[[i,e,371,Igreja da Reconciliação]]Diariamente é celebrada eucaristia às 7h30, celebração onde se consagram as hóstias e o vinho que será dado em comunhão na primeira oração do dia, às 8h15. No fundo da igreja há também um cesto com pão benzido para que qualquer cristão, que não católico, possa partilhar da comunhão.

Os sinos tocam mas apenas para indicar a hora porque a igreja já está cheia.

A oração decorre e a luz entra pelas portas abertas e pelos vitrais lembrando que se se pertence a algo maior, algo mais completo, algo misterioso mas que confirma a fé.

Ali se escuta, se conversa, se discute com Deus. É no silêncio, procurando ouvir e perceber, que se cria lugar para rezar. Ali ninguém foge do confronto consigo e com Deus.

Os cânticos soam a uma só voz. O aleluia, cantado em uníssono, enche a igreja e a alma. A música apenas acompanha porque são as vozes que sobressaem.

No final da oração o Irmão Alois sai acompanhado das crianças que o rodeiam na oração. Os irmãos põem a cruz no centro e alguns voluntários deslocam-se até ai para continuar a rezar.

Os cânticos continuam e os irmãos regressam para falar com as pessoas que desejam estar de perto com eles. Também os sacerdotes que estão em Taizé se disponibilizam para celebrar o sacramento da reconciliação, num ambiente de serenidade e de luz.

Também o Irmão Roger ficava a contar histórias ou a responder a perguntas a alguém mesmo que estivesse uma fila para falar com ele. “O sorriso dele era luminoso”, conta uma jovem.

A disponibilidade e a proximidade é a marca que envolve e convida a voltar.

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