A Igreja do Porto na presente situação económica e social

Nota Pastoral de D. Manuel Clemente quer dar «sinal público da nossa atenção a quanto ocorre», reforçando apoios 1. A Igreja diocesana do Porto é constituída por católicos que partilham a cidadania comum de todos os habitantes do seu território. Nas palavras fundamentais do Concílio Vaticano II, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e de todos os aflitos, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo, e nada existe de verdadeiramente humano que não encontre eco no seu coração” (Constituição pastoral Gaudium et Spes, nº 1). Na realidade social que compartilha, a Igreja Católica desenvolve na Diocese do Porto uma actividade múltipla, geralmente tripartida, em cada uma das suas comunidades, paroquiais ou outras: estuda e anuncia a Palavra de Deus, celebra os sacramentos e demais actos em que essa Palavra se concretiza e desdobra-se em acções solidárias e caritativas, espontâneas ou institucionais. Ao nível diocesano, contamos com a Caritas Diocesana e a Obra Diocesana de Promoção Social. Além destas, são várias as Congregações e Institutos que desenvolvem acções de solidariedade e muitos os Centros Sociais Paroquiais, as Conferências de S. Vicente de Paulo, as Irmandades – Misericórdias e outras – igualmente presentes neste campo. De pequena ou grande dimensão, constituem a resposta permanente a muitas solicitações de pessoas e famílias mais necessitadas de apoio, independentemente de serem crentes ou não. E é precisamente a essas instituições católicas que chegam diariamente velhos e novos apelos. 2. O diagnóstico da situação social vem sendo feito por vários estudiosos e analistas, públicos e particulares, não nos cabendo aqui um juízo definitivo. Cabe-nos sim, enquanto diocesanos do Porto, darmos um sinal público da nossa atenção a quanto ocorre, manifestando solicitude e reforçando apoios, tanto quanto nos for possível. Nesse sentido e ouvidos os principais responsáveis diocesanos pelo sector, dispõe-se o seguinte para os tempos mais próximos: a) Manter a atenção e a resposta de todos os organismos caritativos da Diocese à problemática social actual. b) Alargar quanto possível o apoio da Obra Diocesana de Promoção Social às muitas necessidades dos “bairros” onde tem os seus Centros. c) Ajudar, através da Caritas Diocesana, as famílias que tenham mais dificuldades quanto a material escolar para os seus filhos, no novo ano lectivo. 3. É dever próprio dos serviços públicos dar resposta às necessidades da população. Para isso recebe as contribuições de todos e se orienta a sua acção, em prol do bem comum. Mas tal não nos dispensa a nós, como cidadãos católicos, de estarmos presentes e, quanto possível, prestantes, para a construção duma sociedade mais justa e fraterna. Assim se justifica este apelo. A Diocese encaminhará também para a Obra Diocesana e a Caritas as ofertas recebidas na última Renúncia Quaresmal. Como é sabido, com estas se constituiu um Fundo Social Diocesano, que terá agora uma primeira aplicação. Fundo que continua aberto a todas as contribuições que cheguem à Diocese e de cujo movimento se dará notícia. Porto, 7 de Julho de 2008 + Manuel Clemente, Bispo do Porto

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