A herança espiritual de João Paulo I

A herança espiritual de João Paulo I João Paulo II recordou esta quarta-feira, dia 27 de Agosto, a figura do seu predecessor, João Paulo I, vinte e cinco anos depois da sua morte, evocando uma das suas heranças espirituais: sem autêntica fraternidade o progresso pode converter-se em “um perigo contínuo”. Albino Luciani, seu nome de baptismo, comoveu a opinião pública ao falecer repentinamente com 65 anos, a 26 de agosto de 1978, 33 dias após sua eleição como sucessor do apóstolo Pedro. “Humildade e optimismo foram as características da sua existência” – explicou João Paulo II ao recordar o Papa Luciani, que tinha sido patriarca de Veneza. Diante de milhares de peregrinos, Karol Wojtyla recordou também algumas das palavras que aquele pontífice mais gostava: “Ser optimista apesar de tudo – gostava de repetir -. A confiança em Deus deve ser o eixo dos nossos pensamentos e das nossas acções”. “Os principais personagens da nossa vida são dois: Deus e cada um de nós” – dizia. “Qual era o segredo do carisma do pontífice?” – perguntou o Papa. “Não pode ser outro que o contacto ininterrupto com o Senhor”. Um quarto de século após se “apagar o sorriso de um pastor próximo ao povo”, ao concluir a sua intervenção, João Paulo II recolheu o legado de Albino Luciani citando um dos textos que havia escrito antes de ser Papa e que, segundo assegurou, mantém “uma actualidade surpreendente”. “O progresso com os homens que se amam, considerando-se irmãos e filhos do único Pai, Deus, pode ser algo maravilhoso. O progresso com homens que não reconhecem em Deus o único Pai converte-se em um perigo contínuo” – afirmou o cardeal Luciani. “Quanta verdade há nestas palavras, úteis também para os homens do nosso tempo!” – reconheceu o seu sucessor.

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