Mas todos os cidadãos são chamados «a pensar sobre o tipo de modelo que querem» – pediu o Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social
Ao “alinharmos com determinado modelo estamos a apadrinhá-lo e a confirmá-lo” disse aos jornalistas D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, sobre o actual modelo de desenvolvimento que tem pautado a sociedade. Na sua intervenção de abertura da XXVI Semana da Pastoral Social, o prelado considerou que o modelo actual é “injusto, indecente, desigual, desproporcionado e agrava a pobreza e a exclusão social”.
A decorrer em Fátima, de 14 a 16 de Setembro, este encontro ajudará a reflectir que “todos os cidadãos são chamados a pensar sobre o tipo de modelo que querem”. E adianta: “isto é que é importante em ordem ao futuro porque estamos a concluir que a crise ainda vai durar algum tempo e precisamos de aproveitar esta ocasião para repensarmos um novo modelo de desenvolvimento”.
«Dar-se de verdade – para um desenvolvimento solidário» é o tema desta iniciativa da Comissão Episcopal da Pastoral Social que congrega em Fátima mais de 300 participantes. Ao falar do papel das organizações sociais, D. Carlos Azevedo refere que estas devem atender “às consequências da crise, portanto atender aos feridos dessa crise”. No entanto, reconhece que as condições para o fazer não têm sido fáceis. No caso de Portugal, há alguma situação “de aperto financeiro da parte do próprio Governo” que incidem nas instituições sociais.
Todos os cidadãos são necessários para ultrapassar o momento de crise. “Pensamos que somos um povo muito generoso, mas temos muito pouco hábito de partilha”. E avança: “só em momentos de catástrofe é que nós partilhamos os bens”. Diante do predomínio do «salve-se quem puder» há que “promover soluções colectivas para problemas comuns” – declarou.
Ao fazer referência à tabela de preços nos serviços de saúde, D. Carlos Azevedo lamenta que estas “sejam altíssimas”. E finaliza: “é necessário, sobretudo aqueles que ganhem muito, partilhem melhor os bens”.