Eugénio Fonseca saúda próxima proclamação de um santo que promoveu defesa dos mais pobres
Lisboa, 07 mar 2018 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Portuguesa manifestou alegria pelo anúncio da canonização de D. Óscar Romero, santidade que “levou muito tempo” a ser reconhecida, após uma vida na “defesa sem tréguas dos mais pobres”.
“Entendamos que é na dádiva da vida, ao serviço dos outros, particularmente dos mais pobres e indefesos, que radica a credibilidade da nossa fé e a razão da nossa esperança”, disse hoje Eugénio Fonseca, em declarações à Agência ECCLESIA.
Neste âmbito, manifestou “alegria e louvor a Deus” pelo reconhecimento de um grau de “santidade maior a D. Óscar Romero”, que foi divulgado hoje pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
O presidente da Cáritas Portuguesa destaca que a vida do arcebispo de El Salvador foi “testemunhada no contexto da humanidade” que cada ser humano vive, “levada até ao derramamento do sangue que fez da sua morte um martírio”.
Neste contexto, Eugénio Fonseca observou que “levou muito tempo a reconhecer esta santidade” ao arcebispo assassinado enquanto celebrava a Eucaristia e que foi beatificado a 23 de maio de 2015, depois de uma comissão de teólogos da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) ter reconhecido que foi morto “por ódio à fé”.
Nos três anos em que serviu as comunidades católicas da capital San Salvador arcebispo denunciou a repressão do regime militar e da violência praticada pelos esquadrões da morte.
A Cáritas Portuguesa vai assinalar a memória litúrgica de D. Óscar Romero a 24 de março, no dia em que o arcebispo foi morto a tiro em 1980, às mãos da junta militar que dominava El Salvador.
O prelado mártir é patrono da organização católica desde a sua beatificação.
Eugénio Fonseca adianta que o programa que ainda não está fechado pretende que os cristãos portugueses tenham “consciência da existência deste dia” e que, “agora, vai ter um significado maior” pelo anúncio da canonização do bispo salvadorenho.
A data e local para a cerimónia de canonização de D. Óscar Romero ainda vão ser decididos num próximo consistório (reunião de cardeais), no Vaticano, tal como a dos outros quatro beatos que viram reconhecidos o milagre necessário para a sua proclamação como santos, entre eles o Papa Paulo VI.
CB/OC