Papa apela ao fim do embargo a Cuba e exige liberdade religiosa no país

João Paulo II lançou um apelo na passada sexta-feira para que sejam “ultrapassados os obstáculos” gerados pelo embargo contra Cuba, ao receber as cartas credenciais do novo embaixador cubano junto da Santa Sé, Raul Roa Kouri. “A Santa Sé deseja vivamente que possam ser ultrapassados os obstáculos que impedem a livre comunicação e as relações entre a nação cubana e uma parte da comunidade internacional”, declarou. Na sua alocução, o Papa não falou directamente do embargo norte-americano contra o regime cubano, em vigor desde 1962, e agravado no ano passado pela administração do presidente George W. Bush. O Papa considerou que “através de um diálogo respeitoso e aberto com todos, será possível criar as condições necessárias para um desenvolvimento autêntico”. Na sua histórica vista a Cuba, em 1998, João Paulo II já tinha pedido o levantamento do embargo comercial e político. Na segunda parte do discurso papal insiste-se no papel que a Igreja Católica desempenha em Cuba e exige-se uma “atmosfera de verdadeira liberdade religiosa”. A Constituição cubana proclama objectivos ateus e materialistas, apesar de garantir oficialmente a liberdade de religião. As actividades religiosas, contudo, são fortemente controladas no país e os Bispos de Cuba nunca esconderam as suas preocupações a esse respeito. “Numa sociedade pluralista, a Igreja apresenta as suas orientações e propostas. As divergências não podem tomar a forma de conflito social, mas deverão favorecer um diálogo construtivo”, frisou o Papa. Agradecendo ao novo embaixador a mensagem de cumprimentos do líder cubano, Fidel Castro, João Paulo II apelou às autoridades cubanas para que “prossigam os seus esforços de desenvolvimento na área da saúde, da educação e da cultura”.

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