Bangladesh: Refugiados rohingya encontraram-se com o Papa

Três famílias que fugiram do Mianmar participaram em encontro inter-religioso pela paz

Daca, 01 dez 2017 (Ecclesia) – Um grupo de três famílias rohingya, num total de 18 pessoas, encontrou-se hoje com o Papa no final de um encontro inter-religioso pela paz, em Daca, capital do Bangladesh.

Francisco cumprimentou homens, mulheres e crianças, um a um, conversando brevemente com todos, ajudado por tradutores.

Ao chegar ao país asiático, esta quinta-feira, Francisco denunciou a “grave crise” dos refugiados vindos de Mianmar, em particular do Estado de Rakhine, numa referência à minoria ‘rohingya’.

“É necessário que a comunidade internacional implemente medidas resolutivas face a esta grave crise, não só trabalhando por resolver as questões políticas que levaram à massiva deslocação de pessoas, mas também prestando imediata assistência material ao Bangladesh no seu esforço por responder eficazmente às urgentes carências humanas”, disse, no Palácio Presidencial de Daca.

Em declarações publicadas pela confederação internacional da Cáritas, o arcebispo de Daca realça a expetativa em “ouvir o Papa falar” acerca da situação dos milhares de refugiados muçulmanos provenientes de Mianmar, denominados rohingya.

“A humanidade está a ser atacada diante dos nossos olhos. Este povo tem o direito a ter uma terra, uma casa, e a viver em paz”, frisa o cardeal Patrick D’Rozario.

Alvos de perseguição, cerca de 600 mil rohingya tiveram de fugir para o Bangladesh, cujo futuro permanece “incerto”, realça a Cáritas.

“A situação é muito desafiante”, admite James Gomes, da Cáritas Bangladesh, que integra uma equipa que acompanha cerca de 70 mil refugiados rohingya.

A organização católica considera que “o Bangladesh está a viver uma das suas piores crises humanas, devido ao fluxo sem precedentes de refugiados provenientes de Mianmar”.

“Em pouco mais de três meses, mais de 620 mil refugiados chegaram vindos do Estado de Rakhine, em fuga de uma violência horrível, e praticamente sem qualquer tipo de bens. Barcos cruzaram o Rio Naf com famílias, crianças e idosos, pessoas que gastaram as suas economias para pagar a travessia”, relata a Cáritas.

JCP/OC

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