UCP: Jornada de Teologia Prática debateu espaços de afirmação da dimensão religiosa

Convidados sublinham necessidade de afirmar convicções por novos caminhos

Lisboa, 10 nov 2017 (Ecclesia) – O jornalista António Marujo afirmou hoje na 8ª edição das Jornadas de Teologia Prática, promovida pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), que é necessário “abrir brechas na cidade” para falar de fé e de religião.

“Deus vive na cidade”, assinalou, partilhando uma convicção manifestada pelo Papa Francisco na sua exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’.

Perante dezenas de participantes reunidos em Lisboa, o convidado evocou os discursos do primeiro pontífice sul-americano sobre a Europa, “colocando o dedo em muitas feridas”, como a recusa de “valores essenciais” como a solidariedade ou a defesa dos Direitos Humanos.

António Marujo falou ainda da sua intenção de “trazer Deus para a Praça pública” no trabalho como jornalista, sem receio das dificuldades.

“No Evangelho nunca faltam as divergências”, observou.

A mesa-redonda ‘Brechas de Deus, lugares de cidadania’ contou também com o testemunho de Ermanno Savarino, missionário da Consolata, que falou da experiência destes religiosos nas ruas dos subúrbios de Lisboa, junto da população urbana e numa sociedade em que “o Evangelho aparece agora quase totalmente fora de contexto”.

O religioso faz parte de uma “comunidade internacional” num território suburbano, que procura “apontar para um modelo diferente de cidadania” e encontrar remédio contra a “indiferença” que “torna todos mais sozinhos”.

Teresa Bartolomei, investigadora do CITER – Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião, questionou os presentes, por sua vez, sobre a cidade em que “Deus habita”.

A conferencista questionou a ideia de que “a salvação passa por ficar de fora da cidade dos homens”, numa ideia de “separação escatológica”.

Em contraponto, apresentou a ideia do fermento, capaz de se misturar sendo e troando-se diferente, lamentando que persista em muitos o “apego” a formas de vida cristã “que já morreram”.

“O cristão é o homem do futuro”, defendeu.

Os trabalhos, que se concluem esta tarde, incluíram uma conferência do reitor da Universidade Católica de Pernambuco (Brasil), Pedro Rubens, sobre “Propor a fé em contextos de ambiguidade”.

O sacerdote disse a Agência ECCLESIA que a ideia de “resgatar” a categoria de “ambiguidade” como conceito teológico respondeu a especificidades do povo brasileiro e também à convicção de que não existe uma fé “estéril”, dissociada da vida e das dificuldades das pessoas.

OC

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