Capuchinhos: Semana Bíblica Nacional refletiu sobre as «aparições»

40.ª edição terminou hoje em Fátima e tema do encontro vai «marcar» ano pastoral

Fátima, 31 ago 2017 (Ecclesia) – O Secretariado do Movimento Bíblico, dos Franciscanos Capuchinhos, dinamizou desde domingo a Semana Bíblica Nacional 2017 dedicada ao tema ‘das aparições à Revelação’, no contexto dos 100 anos das aparições na Cova da Iria.

“A Bíblia é a revelação pública e as aparições são as revelações particulares e a pergunta que se põe é em que contexto metemos as revelações particulares em relação à Bíblia”, explicou o frei Manuel Arantes da Silva em declarações à Agência ECCLESIA.

No Centro Bíblico dos Capuchinhos, em Fátima, o secretário do Movimento de Dinamização Bíblica da ordem religiosa observou que, “geralmente”, as aparições particulares são “apocalípticas, metem medo, anunciam desgraças”, o que não está “muito de acordo com o Deus da Bíblia, de paz, de misericórdia” que “não é juiz”.

A partir do tema ‘das aparições à Revelação’, entre o dia 27 até esta manhã, foram apresentadas conferência variadas como: “Natureza humana, religião e fé; Visões, aparições, revelações na Bíblia; Visões nas vocações da Bíblia; Sonhos, anjos e demónios nas aparições bíblicas.”

A psicóloga clínica e terapeuta familiar Margarida Cordo falou resumidamente da ‘psicologia dos videntes’ em geral abordando “conceitos específicos” e “distinguindo conceitos que permitem fazer a separação com a psicopatologia”.

“Há confusão entre visões, alucinações, delírios. Depois é importante enquadrar no contexto de há cem anos, no de hoje e o que verdadeiramente pensamos que podemos fazer com ponte entre a psicologia dos videntes em geral e a psicologia dos videntes de Fátima”, desenvolveu em declarações à Agência ECCLESIA.

Para Margarido Cordo a biografia dos três pastorinhos “não pode ser ignorada” para validar a circunstância de se tratar de pessoas com “dons da clarividência, da sincronicidade”.

Dos Santos Francisco e Jacinta Marto e da sua prima a Irmã Lúcia de Jesus a psicóloga considera que todos têm a aprender “a simplicidade, a genuinidade, o amor, a fé, o deixar-se ir à vontade de Deus”.

“Bens que hoje estão em vias de extinção. Não se podem fazer generalizações, mas é importante aprender que há princípios e valores que são eternos, ou deveriam numa sociedade construtiva”, desenvolveu Margarida Cordo.

A Semana Bíblica Nacional vai na 40.ª edição o que no “tempo do provisório” para o provincial dos Franciscanos Capuchinhos Portugal é um sinal de “perseverança bastante considerável”.

“É um número que impele a continuar neste trabalho fundamental, na animação da fé do povo de Deus que tem, sem dúvida, a base na Palavra de Deus escutada, aprofundada e anunciada”, acrescentou o frei Fernando Cabecinhas.

Neste contexto, o frade menor que recordou o “grande carismático” frei Inácio de Vegas (1904-2002), da Província de Castela, que iniciou estas semanas afirmou que “o espírito vai-se mantendo” e sentem a necessidade de “continuar a realizar” a atividade nacional “mais do que nunca”.

A Semana Bíblica Nacional dos Capuchinhos no início de cada novo ciclo pastoral tem a possibilidade de “marcar todo o ano que se segue” uma vez que “apresenta um caminho” que propõem aos grupos e a todos que envolvem no Movimento de Dinamização Bíblica.

CB

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Agência ECCLESIA

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