Liturgia Católica celebra hoje a solenidade da Assunção de Maria
Braga, 15 ago 2017 (Ecclesia) – O presidente da Confraria do Sameiro, na Arquidiocese de Braga, explicou que Maria, a mãe de Jesus, é uma figura “muito palpável, muito próxima, encarnada” e as pessoas sentem Nossa Senhora com uma “intimidade, cumplicidade imensa”.
“Todas as representações que temos de Nossa Senhora a põem muito solidária, carinhosa, afetiva, o lado maternal. Por essa via emotiva chega mesmo ao âmago no coração das pessoas”, disse o cónego José Paulo Abreu, no contexto da solenidade litúrgica da Assunção de Maria que a Igreja Católica celebra hoje.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o sacerdote frisa que devoção mariana do povo português dá-se também porque Nossa Senhora é “próxima das lides de toda a gente”, tem uma vida em família calma, uma “relação terna com Jesus” e mesmo pelos artistas é “sempre retratada com grande beleza”.
“Ás vezes a dificuldade é não descentrar as questões. Nossa Senhora faz sentido indicando para Jesus, onde temos de colocar o núcleo do nosso interesse e atenção, é a portadora”, realça.
Situando-se no Santuário da Nossa Senhora do Sameiro, na Arquidiocese de Braga, o cónego José Paulo Abreu explica que a imagem e o andor têm um peso acumulado de 800 quilos, sendo que só a imagem tem perto de 300 quilos.
Em 1878, quando a imagem feita em Itália e benzida pelo Papa Pio IX chegou a Braga, a primeira capela no monte ainda estava a ser construída, por isso, ficou dois anos numa igreja da cidade.
Depois, Nossa Senhora do Sameiro foi levada numa “grande procissão absolutamente soberba”, como retratam as fotografias em arquivo, da igreja do Pópulo e, agora, está no trono principal da basílica mas sem a coroa que tem “dois quilos e meio em ouro maciço” e foi oferecida pelas “mulheres de Portugal”.
O presidente da Confraria do Sameiro realça que o santuário mariano bracarense é o segundo em Portugal, em termos de “afluência de fiéis”, mas na cronologia apareceu primeiro.
A história do Santuário do Sameiro está ligada ao dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo Papa Pio IX, em 1854; Num passeio, a partir do Santuário do Bom Jesus, o padre Martinho Pereira da Silva pensou ser aquele o “sítio ideal que perpetuasse este dogma”.
O sacerdote natural da arquidiocese “movimentou pessoas”, começaram por construir um pedestal, com “uma imagem interessante, a partir de 1863”, e o “fluxo de pessoas redundou” na tentativa de construir “um primeiro santuário, a partir da década de 70”.
Em 1890 começou a construção da atual basílica, uma igreja que recebe “meio milhar de pessoas” pelo “bom aproveitamento de todos os espaços”; e a cripta foi construída a partir de 1979.
Já com o Santuário vizinho do Bom Jesus do Monte, o cónego José Paulo Abreu, garante que “não há ciúmes eclesiais” afinal têm “o mesmo patrão, a mesma causa e reino para construir”, mesmo com “dinâmicas de espiritualidade” distintas, “complementam-se”.
Hoje, 15 de agosto, a Igreja Católica assinala a solenidade litúrgica da Assunção de Maria, um dogma solenemente definido pelo Papa Pio XII, na na constituição apostólica ‘Munificentissimus Deus’, em 1 de novembro de 1950, celebrado há vários séculos é feriado em Portugal.
“Declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”, lê-se no documento sobre a definição do dogma para a fé católica da Assunção de Maria.
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