A igreja de Santiago, Catedral de Beja, é uma referência no caminho que liga o sudoeste peninsular a Compostela, que remonta ao século XIII.
A origem e a localização da primitiva igreja de Santiago Maior constituem um enigma por resolver, embora se conheça a importância da sua colegiada, uma das mais antigas de Beja, rivalizando com a da vizinha matriz de Santa Maria da Feira. Alguns autores situam a sede inicial da paróquia na igreja de Santa Maria da Graça ou de Santo Amaro. Outros ligam-na a um edifício independente, também extramuros. É provável que no século XIV se fixasse no atual sítio, dentro do circuito das muralhas.
O monumento que chegou aos nossos dias sucedeu a este edifício e constituiu uma obra de raiz, erguida a instâncias do arcebispo de Évora D. Teotónio de Bragança e dirigida pelo mestre Jorge Rodrigues. A sua sagração realizou-se em 14 de julho de 1590. De planta retangular, com três naves divididas em cinco tramos, é coberta por abóbadas de arcos cruzados com nervuras de aresta estucadas, ainda de tradição medieval. Mas a organização espacial, ampla e unitária, obedece já claramente a um modelo característico da arquitetura "chã" do Alentejo, aproximando-se da tipologia da "igreja-salão".
Tendo recebido beneficiações no século XVII, incluindo o retábulo da capela-mor, de talha dourada e policroma, da autoria do mestre lisboeta Manuel João da Fonseca (1696-1697), a igreja de Santiago sofreu trabalhos de reconstrução após o terramoto de 1755.
D. José do Patrocínio Dias, o bispo a quem Beja deve a reconstrução, física e moral, da diocese, escolheu-a para catedral, promovendo uma remodelação que se prolongou de 1932 e 1937. Dotou-a também de um extraordinário conjunto sumptuário, maioritariamente oriundo de conventos extintos de Lisboa, de depósitos do Ministério da Guerra, do palácio das Necessidades e do paço de Vila Viçosa. O acervo da Sé conta assim com importantes coleções de pintura, escultura, ourivesaria, azulejaria, mobiliário e paramentaria, parte das quais são expostas rotativamente no Museu Episcopal, sito na mesma paróquia de Santiago Maior.
Mais recentemente, os trabalhos de restauro da Sé do Baixo-Alentejo tiveram a duração aproximada de um ano, depois de terem começado em novembro de 2014.
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