Fátima: Peregrinação russa com sentimento de gratidão após sofrimento durante regime comunista

Bispos de países da antiga União Soviética estão na Cova da Iria

Fátima, 12 jul 2017 (Ecclesia) – Uma peregrinação com cerca de 90 peregrinos oriundos de vários países da ex-União Soviética está em Fátima para celebrar a aparição de 13 de julho de 1917, na qual há uma referência direta à Rússia.

“É um dia muito bonito para nós, viemos dizer obrigado, 100 anos depois do pedido da Virgem Maria”, refere à Agência ECCLESIA D. Clemens Pickel, bispo da Diocese de São Clemente em Saratov, Rússia.

O testemunho dos videntes de Fátima regista que, na aparição de 13 de julho de 1917, Nossa Senhora lhes disse: “Para impedir a guerra virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados”.

“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”, registava Irmã Lúcia, falecida em 2005, nas suas ‘Memórias’.

D. Clemens Pickel explica que durante o regime soviético, as pessoas sabiam que Fátima existia, um lugar onde não podiam vir.

“Era um sonho e agora podemos realizá-lo”, acrescenta o responsável.

A sala de imprensa do Santuário de Fátima informa que além do bispo de São Clemente em Saratov, estão na Cova da Iria D. Paolo Pezzi, arcebispo de Moscovo; D. Iosif Vert, bispo da Diocese da Transfiguração em Novosibirsk, Rússia; D. Kirill Klimovich, bispo da Diocese de São José em Irkusk, Rússia; D. Tomash Peta, arcebispo da Diocese de Santa Virgem em Astana, Cazaquistão; D. Athanasius Shnaider, bispo coadjutor da mesma diocese; e o padre Andrzej Madej, do Turquemenistão.

“Havia muitas pessoas na Rússia, durante o comunismo, a rezar. Sabiam de Fátima, mas era perigoso falar disso, se falassem de Fátima, dos Pastorinhos, por exemplo, poderiam ser condenados a 10 anos na Sibéria, nos campos de trabalho”, recorda D. Clemens Pickel.

Segundo este responsável, que vai presidir à Missa desta noite, no recinto de oração, estar em Fátima para a peregrinação internacional de julho tem um significado especial para as comunidades de língua russa.

“Vimos aqui 100 anos depois do encontro da Virgem Maria com os pastorinhos, especialmente em julho, primeiro por uma razão prática: quando nos convidaram a vir, deram-nos duas datas, julho ou outro mês, e dissemos: claro que julho é mais importante para nós, é o dia em que Nossa Senhora falou da conversão da Rússia, da oração, da penitência, do sacrifício”, sublinha.

O arcebispo de Moscovo, D. Paolo Pezzi, vai presidir às celebrações de 13 de julho no Santuário de Fátima.

A evocação das aparições de julho de 1917 tem como tema ‘A Virgem Maria, Rainha da Paz’.

Além da peregrinação dos bispos católicos dos países de língua russa, o Santuário de acolhe cerca de 110 grupos de peregrinos, oriundos de 24 países.

OC

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Agência ECCLESIA

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