Serviço diocesano surgiu após período de reflexão e de trabalho conjunto
Lisboa, 16 jun 2017 (Ecclesia) – D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, considera que a diocese tem correspondido à necessidade de integrar as pessoas com deficiência na vida das comunidades e de construir uma Igreja inclusiva.
Um trabalho muito centrado na capacidade de luta das famílias que vivem mais de perto esta realidade, sublinha o responsável.
“Verificamos que era um campo onde era necessário apostar urgentemente na Igreja”, começa por recordar D. Manuel Quintas, para quem também foi importante o estímulo dado pelo Papa Francisco, com palavras e gestos.
“É preciso sair para todas as periferias, não apenas geográficas, mas sobretudo humanas, existenciais”, acrescentou, em entrevista para o programa ECCLESIA (Antena 1).
Antes da criação do serviço diocesano, houve duas jornadas diocesanas, que levaram à conclusão de existir capacidade para “estruturar” a equipa.
“O balanço é positivo: além do número significativo de participantes, as pessoas não vão ali apenas para receber, vão também para dar, partilham a sua própria vida”, declara o bispo do Algarve.
Cesariano Martins, coordenador diocesano do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência no Algarve, fala dos desafios que se colocam neste campo, apesar de a realidade estar a mudar, com a consciência da necessidade de integrar todas as pessoas.
“Tudo partiu da iniciativa de alguns pais, apoiados pela equipa nacional e, de forma incondicional, desde a primeira hora, do senhor bispo”
A equipa foi formada em finais de 2015 e encontrou, desde então, “uma nova consciencialização das pessoas”, que já não querem “esconder a deficiência”.
“A integração é o melhor para todos, a quem tem deficiência e não só. É novo para toda a gente”, admite.
O movimento começa pelos pais e abre-se a toda a sociedade, que “não estava preparada” para acolher esta realidade.
“A palavra deficiência tem uma conotação negativa”, lamenta.
No sul de Portugal, as jornadas para pessoas com deficiência têm ajudado a construir um caminho em conjunto, mas ainda é necessário trabalho para quebrar preconceitos e barreiras físicas.
“Pretende-se que as pessoas estejam efetivamente incluídas e se sintam parte da nossa comunidade, enquanto cristãos, podendo, pelas suas convicções, participar em tudo”, algo que neste momento “ainda não é possível”.
As respostas para pessoas com deficiência física ou mental ainda são “poucas”, mas existe abertura por parte das paróquias, abrindo as portas a todos, “na plenitude dos seus direitos”.
Cesariano Martins, que tem um filho autista, elogia o trabalho já realizados em setores como o da catequese.
“Queremos que todas as pessoas possam ser pertença da Igreja”, conclui.
O tema da Pastoral a Pessoas com Deficiência esta hoje em destaque na edição semanal da revista ECCLESIA, dia em que começa a peregrinação jubilar a Fátima dedicado a este setor da ação da Igreja Católica.
LS/OC