Itália: Papa avisa jovens para consequências de sociedade de «exclusão»

Francisco almoçou com pobres, refugiados, sem-abrigo e presos

Génova, Itália, 27 mai 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje os jovens católicos a rejeitar uma sociedade de “exclusão” que fecha as portas a quem sofre, falando durante mais de 45 minutos num encontro que reuniu 13 mil pessoas.

“Vivemos numa sociedade que se defende com a exclusão”, lamentou, na terceira intervenção da viagem a Génova, noroeste da Itália, iniciada esta manhã.

Após ter saudado a multidão que o esperava na entrada do Santuário de Nossa Senhora da Guarda, a cerca de 15 quilómetros do centro da cidade, rezou em silêncio, durante vários minutos, diante da imagem da Virgem Maria.

Francisco almoçou na cidade italiana com pobres, refugiados, sem-abrigo e presos, na sala ‘del caminetto’, no santuário.

Antes, o Papa respondeu a questões de quatro jovens, considerando que a imagem de Deus foi “pisada” nas pessoas que se encontram em dificuldade, como acontece no “cemitério” do Mediterrâneo.

As pessoas, acrescentou, têm nome e não “adjetivos”, desafiando todos a ter a capacidade de “apertar uma mão que está suja” e olhar nos olhos de quem sofre para lhes dizer: “Tu és Jesus”.

Francisco disse aos jovens que é preciso responder à “dor dos outros” e, quando não se consegue, “pedir perdão a Deus”.

A intervenção questionou aqueles para quem a resposta aos problemas alheios passa por “fechar as portas”, sem generosidade.

O Papa advertiu os jovens para os vendedores da “banha de cobra” e pediu-lhes espírito crítico perante aquilo que os media apresentam.

O discurso evocou depois a experiência dos navegadores genoveses, que ensinam a ter “horizonte e coragem”, qualidades necessárias também para os “bons missionários”.

Francisco alertou para a “hipocrisia” e defendeu que a missão aproxima do “coração” das pessoas.

“Não sejam turistas da vida”, desafiou, após falar na “alegria do Evangelho” que ninguém pode tirar.

Os presos da Cadeia de Génova acompanharam o encontro pela televisão, recebendo uma saudação do Papa no final.

Às 15h15 locais (menos uma em Lisboa), o Papa visita crianças internadas no Hospital Pediátrico "Giannina Gaslini", antes de presidir à Missa conclusiva, na Praça Kennedy.

O regresso a Roma, desde o Aeroporto de Génova, está marcado para as 18h45.

OC

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Agência ECCLESIA

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