Igreja/Política: Papa diz que falta consciência de «pertença total» aos católicos em temas fraturantes

Francisco foi questionado sobre distanciamento dos fiéis em temas da vida e da família

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA no voo papal

Roma, 13 mai 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse que o distanciamento de católicos, em Portugal e noutros países, face a posições da Igreja em temas da vida e da família mostra que falta aos seus membros uma “total pertença” à instituição.

“A consciência católica não é, às vezes, uma consciência de pertença total a Igreja, por trás disto não há uma catequese variada, uma catequese humana”, lamentou, durante a conferência de imprensa a bordo do “Grão Vasco”, o avião da TAP que fez a viagem de Monte Real a Roma, após uma visita de dois dias ao Santuário de Fátima.

Questionado sobre a separação entre a profissão de fé católica e a organização da sociedade, Francisco disse que tem faltado aos católicos “formação”, um maior diálogo com a cultura e uma catequese “séria”.

Nalgumas regiões da Itália ou da América Latina, acrescentou, há pessoas “muito católicas mas que são anticlericais”.

“Por isso digo aos sacerdotes: fujam do clericalismo, porque o clericalismo afasta as pessoas. Fujam do clericalismo, e acrescento: é uma peste da Igreja”, repetiu.

O Papa evitou comentar diretamente questões como a despenalização do aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou a eutanásia, mas sublinhou que, no debate público sobre estes temas, compete à Igreja Católica promover um “trabalho de catequese, de consciencialização, de diálogo, de valores humanos”.

Francisco considerou que está em causa “um problema político”.

Após uma conferência de imprensa de cerca de meia hora aos 69 profissionais da comunicação a bordo do voo papal, incluindo sete portugueses, o Papa deixou uma palavra de despedida.

“Agradeço-vos muito o trabalho e as perguntas tão pertinentes. Rezem por mim”, pediu.

OC

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