Vaticano: Papa reafirma preocupação com refugiados e com a situação na Venezuela

Conferência de imprensa no regresso do Egito abordou ainda eleições francesas e diálogo ecuménico

Lisboa, 29 abr 2017 (Ecclesia) – O Papa reforçou hoje a sua preocupação com a situação de muitos refugiados que vivem fechados na Europa e admitiu que a Santa Sé volte a tentar mediar a crise política na Venezuela.

“Há campos de refugiados que são verdadeiros campos de concentração. Alguns talvez estejam na Itália, mais outros locais, na Alemanha não, certamente”, disse na conferência de imprensa durante o voo de regresso a Roma, vindo do Egito.

Francisco foi questionado por um jornalista alemão sobre a utilização da expressão “campos de concentração” a respeito dos campos de refugiados e se tal não teria sido um “lapso”.

O Papa reafirmou o seu lamento por haver na Europa pessoas que estão “fechadas num campo e não podem sair”.

O encontro com os jornalistas abordou depois o agravamento da situação política e social na Venezuela, onde uma tentativa de mediação da Santa Sé se revelou infrutífera.

“Todos conhecemos a difícil situação da Venezuela, um país que eu amo muito”, observou, precisando que tem havido novas insistências para que o Vaticano promova o diálogo entre o Governo e a oposição, considerando que esta se encontra "dividida".

“Creio que [o diálogo] tem de ser com condições, com condições muito claras”, prosseguiu.

O Papa defendeu que “tudo o que for possível fazer pela Venezuela” tem de ser feito, “com as garantias necessárias”.

Francisco escusou-se a comentar as presidenciais francesas, dizendo desconhecer a “história” dos dois candidatos, e considerou um facto positivo que a Rússia se preocupe com a defesa dos cristãos no Médio Oriente.

“Hoje há mais mártires do que no passado”, defendeu.

Ainda em relação à vida política, o Papa considerou a constituição de partidos católicos como uma "ideia do século passado".

Francisco falou dos seus encontros com líderes islâmicos e ortodoxos no Egito, confessando uma “amizade especial” com Tawadros II, patriarca da Igreja Copta Ortodoxa.

OC

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