Líder da instituição sunita rejeitou colagem do Islão aos terroristas
Cairo, 27 abr 2017 (Ecclesia) – A primeira visita de um Papa a Al-Azhar, principal instituição teológica e de instrução religiosa do Islão sunita, começou hoje com um minuto de silêncio pelas vítimas do terrorismo.
O xeque Ahmad Al-Tayeb, grande-imã da instituição, recebeu Francisco e evocou todos os que morreram em ataques terroristas, “independentemente da sua pertença cultural ou religiosa”.
Os dois líderes trocaram um abraço, sob as palmas dos participantes reunidos no centro de conferência de Al-Azhar.
Al-Tayeb é reitor da mais antiga universidade islâmica, construída em 969.
Francisco decidiu deslocar-se no Egito sem recurso a qualquer carro blindado e sem preocupações suplementares, após os recentes atentados contra comunidade cristã, que provocaram dezenas de mortes nas celebrações do Domingo de Ramos (9 de abril).
O bairro cristão do Cairo foi alvo de um atentado terrorista em dezembro de 2016, quando uma bomba explodiu na capela de São Pedro, provocando 29 mortes.
Este é o segundo encontro entre o Papa e Al-Tayeb, que já se tinham reunido no Vaticano, em 2016.
O grande-imã de Al-Azhar convidou as religiões a unir-se “respeito pelas pessoas”, denunciando o “comportamento errado” de alguns muçulmanos.
Para este responsável, não é justo associar o Islão ao terrorismo; por isso, elogiou o Papa Francisco pelas declarações em que “defendeu” os muçulmanos, bem como o seu “sumo respeito” pelas outras religiões.
Al-Tayeb falou numa visita “histórica”, num momento em que se promovem esforços de “paz” em favor de quem foge da violência
O xeque muçulmano denunciou a “tragédia” dos que se “expõem ao perigo da morte” nas travessias do deserto ou do Mediterrâneo e apontou o dedo às “fábricas da morte” dos comerciantes de armas.
A Universidade de Al-Azhar recebe uma Conferência Internacional pela paz, que se conclui esta tarde.
OC