D. Jorge Ortiga preside à Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana
Braga, 13 abr 2017 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga celebrou hoje a Missa da Ceia do Senhor e destacou a relevância do “gesto do lava-pé” enquanto símbolo de solidariedade e compaixão humana, para a sociedade atual.
“Não será necessário um sério exame de consciência colectivo e percebermos quantas vezes colocamos os nossos projectos à frente das necessidades das pessoas? Ou quantas vezes ideologias partidárias, que deveriam procurar benefício público, se sobrepõem às reais necessidades e vontades do povo português?”, questionou D. Jorge Ortiga.
Numa homilia publicada na página online da arquidiocese minhota, o prelado lembrou que “como Jesus ensinou, quanto maior a responsabilidade, maior deve ser a humildade, independência e desapego pessoal para servir os outros”.
Ao contrário do que acontece atualmente tantas vezes, em que “servimo-nos daqueles que são irmãos e aproveitamo-nos deles em vez de sacrificar-se pelo bem de todos e de cada um”, apontou.
Recordando que este ano é particularmente dedicado a Maria, com especial relevância para o Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, D. Jorge Ortiga exortou as comunidades cristãs a seguirem o exemplo de “uma mulher que seguiu esta via do amor incondicional, atento e generoso”.
E a transportarem essa força para o seu dia-a-dia, num “olhar atento às necessidades humanas, particularmente nos diferentes cenários da família”.
“A atitude de serviço e de vigilância poderá ser introduzida em diversas realidades humanas, mas se não cuidarmos das nossas famílias, das nossas relações mais próximas, estaremos a comprometer os futuros pilares da sociedade”, declarou.
O arcebispo de Braga sublinhou a tónica do serviço também na Missa Crismal desta Quinta-feira Santa, que teve lugar na Sé de Braga.
Uma celebração em que defendeu a necessidade de uma “renovação pastoral” ao nível da Igreja Católica, que permita responder a uma realidade em que “os alicerces” cristãos “já não são consistentes como eram”.
E igualmente a importância de sacerdotes com novos horizontes, capazes de responder a “perguntas e interrogações” que “são totalmente novas”, dispostos a estar “junto da cruz de quem sofre”, empenhados no “serviço de todos, particularmente dos mais carenciados e débeis”.
“Que este tríduo pascal e a protecção de Maria nos dê a coragem de uma conversão pessoal para a tão desejada renovação pastoral. Sem padres renovados, sem homens novos, tudo permanecerá velho”, assinalou D. Jorge Ortiga.
JCP